O Ministério da Saúde anunciou nesta quarta-feira (25) que a dose de reforço da vacina contra a Covid-19 será oferecida no Brasil. Veja o que se sabe:
A dose de reforço é indicada para os idosos que completaram o esquema vacinal há mais de seis meses. No caso dos imunossuprimidos, eles devem esperar 28 dias após a segunda dose.
Os pacientes “imunossuprimidos” incluem por exemplo, pessoas com câncer, pessoas vivendo com HIV, transplantados e outros com o sistema imune fragilizado, o que deixa o paciente mais suscetíveis a infecções.
A pasta informou que a imunização deverá ser feita, preferencialmente, com uma dose da Pfizer, ou de maneira alternativa, com a vacina de vetor viral da Janssen ou da AstraZeneca.
O ministério também disse que o intervalo entre as doses da Pfizer e da AstraZeneca será reduzido a partir de setembro: passará de 12 semanas para 8 semanas. O governo ainda não detalhou como será feita essa antecipação e disse que uma nova orientação sobre as recomendações será enviada aos gestores em breve.
Algumas cidades já começaram a antecipação. Na capital paulista, por exemplo, a prefeitura abriu a “xepa” de segunda dose na segunda-feira (23). Quem tomou Pfizer ou AstraZeneca há mais de 30 dias pode se inscrever em uma lista de espera.
O governo do Distrito Federal também anunciou a antecipação da segunda dose da Pfizer para quem receberia o reforço contra Covid-19 até 3 de setembro.
A Secretaria Municipal da Saúde de Aracaju também está adiantando doses da AstraZeneca e Pfizer. Quem precisa receber o reforço vacinal até 4 de setembro pode procurar um dos pontos de vacinação.
Segundo o ministério, as decisões foram tomadas em conjunto com Conass, Conasems e a Câmara Técnica Assessora de Imunização Covid-19. Na semana passada, os diretores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomendaram a dose de reforço em “caráter experimental”, para idosos acima de 80 anos e pessoas com a imunidade comprometida que tomaram a vacina CoronaVac.
Um estudo realizado pelo Instituto do Coração (InCor) e Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) também apontou a necessidade desse reforço em pessoas com mais de 55 anos que receberam a CoronaVac.
No entanto, estudos também apontam que outras vacinas podem perder a proteção e uma dose extra pode ser necessária para algumas pessoas. Uma pesquisa feita no Reino Unido, por exemplo, apontou que a proteção após o esquema vacinal completo da Pfizer diminuiu de 88% em um mês para 74% em até seis meses. No caso da AstraZeneca, a queda foi de 77% para 67% até cinco meses.
Países como Israel e Chile já começaram a aplicar a dose de reforço. Na semana passada, os Estados Unidos anunciaram que a dose extra será dada a partir de setembro.
Nos últimos dias, a Anvisa também solicitou mais informações sobre as doses de reforço aos fabricantes das vacinas da Pfizer e AstraZeneca. Uma reunião com a Janssen também está prevista para esta semana. “O objetivo é antecipar informações para avaliar o cenário em torno da necessidade ou não de doses adicionais das vacinas contra Covid-19 em uso no Brasil”, explicou a agência.
Países como Israel e Chile já começaram a aplicar a dose de reforço. Na semana passada, os Estados Unidos anunciaram que a terceira dose será dada a partir de setembro.
Israel oferece terceiras doses da vacina da Pfizer a pessoas com mais de 60 anos e a outros grupos vulneráveis. Até agora, mais de um milhão de israelenses receberam o reforço, em meio a uma alta de casos de Covid-19 no país.
No Chile, pessoas com 55 anos ou mais que tomaram a CoronaVac antes de 31 de março irão receber uma nova dose da AstraZeneca. Pacientes imunodeprimidos receberão uma dose extra da Pfizer.
Também na América do Sul, o Uruguai começou a oferecer terceiras doses para aqueles que receberam a CoronaVac. A dose de reforço será da Pfizer, administrada ao menos 90 dias depois da segunda dose da vacina inicial.
O governo dos Estados Unidos afirmou que tem planos para ministrar uma terceira dose de vacina contra a Covid-19 no país a partir do dia 20 de setembro. A dose de reforço será inicialmente dada aos profissionais da saúde, aos moradores de asilos geriátricos e pessoas mais velhas (esses foram os primeiros grupos que receberam as vacinas no fim de 2020 e começo de 2021).