Futebol

São Paulo: Dirigente admite ‘culpa’ com Daniel Alves e diz: ‘Da forma que foi feito, não conseguimos pagar’

A questão Daniel Alves se tornou um tema polêmico no São Paulo. Em entrevista ao Sportscenter, atração transmitida pela ESPN no Star+, o diretor de futebol do clube, Carlos Belmonte, comentou sobre a relação com o lateral-direito.

“A culpa não é do Daniel. A culpa é do São Paulo que não pagou o Daniel. Obviamente o que o Daniel falou logo após as Olimpíadas não agradou ao São Paulo. Mas nós não achamos que era momento e não acho que é o momento de se discutir isso. Temos que discutir e já discutimos internamente, nossa relação interna com ele é muito boa, não é caso de se colocar para fora”, disse.

“Desde que assumimos, já fizemos algumas reuniões com os empresários do Daniel Alves. O Daniel não fala desse assunto, é um excepcional profissional no dia a dia. Não trata desse assunto, a gente trata com os empresários. Tivemos uma reunião com eles na última terça-feira”, completou.

O dirigente ainda criticou a forma como o contrato com o jogador tinha sido feita inicialmente. “Na forma que o contrato foi feito, a gente não consegue fazer o pagamento. Então, temos que buscar um outro formato”.

“Quero que tenha uma solução. Se está difícil pagar, que a gente apresente uma proposta, que seja dolorosa, mas que seja uma proposta. ‘Olha, Daniel, tá em aberto X, mas nós só vamos conseguir pagar isso para você em 40 meses’. Ok, que se faça a proposta de 40 meses”.

“Está tudo acordado para que essa proposta chegue às mãos das pessoas ligadas ao Daniel nos próximos dias. Aí se o Daniel vai aceitar, se negocia, se não aceita… Se não der certo, vamos pensar em outro caminho. O fato é que precisamos resolver isso, chegou mais do que a hora de resolver”.

Belmonte ainda fez questão de ressaltar que os salários e direitos de imagens dos jogadores estão sendo pagos, ressaltando que o problema financeiro envolvendo Daniel Alves é sobre direitos econômicos.

“Com relação a salários e imagens, inclusive estamos pagando uma imagem hoje no São Paulo, nós temos uma imagem em aberto e o CLT todo em dia. A questão do Daniel Alves é uma questão de direitos econômicos. A gente está com CLT e imagem paga deste ano. Nós temos em aberto com os atletas e pagando gradualmente num acordo feito com eles as imagens do ano passado, do tempo da pandemia, que houve um acordo da gestão passado e estamos quitando agora esse acordo”, afirmou.

’Não tratamos diferente dos outros atletas’

O dirigente tricolor apontou alguns meandros do acordo recente feito com o lateral-direito, ressaltando que não trata o jogador de forma diferente dos outros. “Nós assumimos a gestão em 1º de janeiro e já havia uma dívida de direitos econômicos com o Daniel Alves e também havia questão envolvendo a pandemia. Nós não tratamos o Daniel Alves de forma diferente dos outros atletas”, declarou.

“Fizemos um acordo para pagar o passivo da pandemia. A primeira parte são 12 parcelas da CLT do ano passado, cinco nós já pagamos. E o acordo foi que a cada fase que a gente avançasse em Libertadores e Copa do Brasil, 40% da premiação seria para ajustar esse passivo. Isso está valendo para todos os atletas, inclusive o Daniel Alves”.

“Hoje, uma das grandes fontes de renda para os clubes – que até alguns anos atrás não era – são as conquistas de campeonatos, passar de fase, pagam valores expressivos. É nisso que a gente aposta. Quanto melhor o time, sem aumentar o endividamento, aí sim a gente poderá quitar as situações passadas de atletas, como o Daniel Alves”.

Negociações por Calleri e Gabriel Neves

Por fim, Belmonte celebrou as chegadas de Gabriel Neves e Jonathan Calleri, revelando o formato das duas negociações e como o clube conseguirá fazer os pagamentos de ambos.

“Fizemos a contratação por empréstimo do Calleri pagando apenas 300 mil dólares pelo empréstimo em 3 parcelas de 100 mil dólares, duas delas no ano que vem, e o salário do atleta nós começaremos a pagar apenas em 2022. Esses 4 meses desse ano, o atleta terá só um salário simbólico. Empréstimo vai até dezembro de 22”.

“Gabriel pagamos a mesma quantia, de 300 mil dólares. Na verdade, o grupo que controla o jogador adquiriu o restante que pertencia ao Nacional. Pagamos para ter os direitos dele até dezembro de 2022. A partir daí, se quisermos continuar com o jogador, temos um outro valor para pagar”, finalizou.