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Como um Brasil x Argentina já atrapalhou a vida de Gabigol na seleção

Uma partida contra a Argentina, adversária do Brasil neste domingo, às 16h (de Brasília) pelas eliminatórias sul-americanas para a Copa do Mundo de 2022, marcou o início da carreira de Gabigol com a camisa da seleção. E as lembranças não são boas.

O hoje astro do Flamengo teve atuação ruim diante dos hermanos, em derrota na terceira rodada do hexagonal final do Sul-Americano sub-20 de 2015. Ele e alguns outros companheiros chegaram, inclusive, a serem criticados publicamente pelo técnico Alexandre Gallo.

Reserva da equipe, o atacante entrou no segundo tempo e perdeu uma chance clara dentro da área quando o duelo ainda estava empatado por 0 a 0. Pouco depois, a Argentina conseguiu fazer 2 a 0 no Brasil no fim do jogo (Rolón, aos 41, e Contreras, aos 44, marcaram).

Caso o time de Gallo tivesse vencido o jogo, ficaria em situação confortável na competição. Depois daquela partida, Gallo criticou as entradas de Nathan, hoje no Atlético-MG, e Gabriel, que substituíram Gerson (ex-Flamengo, no Olympique de Marselha-FRA) e Thalles (ex-Vasco, falecido em 2019) no duelo.

“A ideia foi entrar com o Nathan e o Gabriel, dois atletas de velocidade, muita técnica, para qualificar nossa transição. Mas não desenvolvemos. Os jogadores entraram um pouco dispersos”, disse Gallo, após o jogo.

Gabriel não entrou na partida seguinte contra o Peru e jogou apenas os seis minutos finais da derrota por 3 a 0 para a Colômbia pela última rodada do torneio.

Apesar da campanha ruim, apenas com a quarta posição, o Brasil ficou com a última vaga no Mundial. Gabigol, que só balançou uma vez a rede no Sul-Americano, acabou preterido do torneio mais importante da categoria, meses depois, na Nova Zelândia.

O Brasil, de nomes como Gabriel Jesus (do Manchester City) e Andreas Pereira (Flamengo), ficou com o vice-campeonato, derrotado pela Sérvia na decisão – Gallo, após anunciar a convocação, acabou demitido, e a seleção foi comandada por Rogério Micale.

‘Evolução muito grande’

Passados seis anos daquele Sul-Americano, Gallo ainda lembra bem do gol perdido por Gabigol, mas vê grande crescimento na carreira do atacante. Destaque no Santos, ele não conseguiu triunfar na Europa, mas virou um dos maiores ídolos da história do Flamengo, clube que defende desde 2019.

“O Gabriel foi o jogador que mais evoluiu de todos que trabalhei. Nunca foi efetivamente titular comigo porque na época tinha uma concorrência muito grande no ataque. Espantou o tanto que ele evoluiu tecnicamente e fisicamente porque ele era mais fraco fisicamente. Ele fortaleceu demais o tronco. Sempre foi um especialista na finalização, eu falava que ele era um jogador de um toque só. Do jeito que a bola vinha ele sabia finalizar”, afirmou Gallo ao ESPN.com.br.

Gallo comandou Gabigol também na seleção sub-17, quando o Brasil caiu para o México nas quartas de final na disputa por pênaltis. O atacante, que entrou no segundo tempo, errou a quinta cobrança, que poderia ter dado a classificação para o Brasil.

“Ele é um atleta de personalidade e você precisa ter jogo de cintura. Algumas vezes ele não é entendido pelos companheiros. Ele era mais jovem que os outros, mas era ídolo do Santos. Mas era um menino bom e conheci os pais. Às vezes é bom trabalhar com esse tipo de atleta, você precisa dar atenção para que não fique no marasmo. A evolução dele na base pra agora foi muito maior que os outros. Ele deu um salto acima de todos”, disse.

Gabigol tem 13 jogos pela seleção brasileira e marcou três gols.