A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP), em nota, informou que a moto usada no assalto do gerente comercial Lucas do Valle, de 29 anos, foi encontrada na noite da sexta-feira (17), no Ipiranga, na Zona Sul da capital.
O neto do narrador Luciano do Valle morreu na noite da sexta-feira (17), dois dias após ter sido baleado na cabeça durante um assalto no mesmo bairro.
A moto Honda dourada, segundo a SSP, foi encontrada durante a Operação Centauro realizada na região de Heliópolis, também na Zona Sul.
“A ocorrência foi registrada no 17º DP (Ipiranga), que solicitou perícia do Instituto de Criminalística (IC) para o local do encontro e para a moto, apreendida e levada para a delegacia. As investigações prosseguem para identificar e localizar os autores do latrocínio”, diz a SSP.
Além disso, as investigações apontaram um suspeito de ser o último proprietário da moto, que foi identificado e preso pelos policiais do 17º DP. Segundo a SSP, o veículo “passou por várias pessoas sem a devida transferência”. Foi solicitada à Justiça a prisão temporária do suspeito.
Lucas faria 30 anos neste sábado (18). A mãe dele, Alessandra do Valle, fez uma homenagem nas redes sociais nesta madrugada. “Deus está te recebendo de braços abertos! Sua mãe te ama incondicionalmente!”, escreveu.
O Hospital São Paulo, onde ele estava internado, informou em nota que ele deu entrada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) após ferimento com arma de fogo em crânio, “com quadro neurológico gravíssimo”.
O velório e o sepultamento de Lucas ocorreram no Cemitério da Paz, na Zona Sul da capital.
Um vídeo divulgado pela polícia na quarta mostra a ação dos homens que atiraram em Lucas (veja abaixo).
Nas imagens, é possível ver dois homens passando de moto por volta das 6h30 no local do crime. Enquanto o piloto da moto fica vigiando, o garupa efetua um disparo em Lucas e sai correndo. Em seguida, ele volta e leva o carro da vítima.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP), policiais militares foram acionados e, ao chegarem, encontraram a vítima baleada e caída na calçada. Ele foi socorrido e encaminhado ao hospital em estado grave.
De acordo com testemunhas, o gerente comercial chegava para trabalhar quando dois homens em uma moto anunciaram o assalto. Eles atiraram na vítima e fugiram, um na moto e o outro no carro de Lucas.
O veículo roubado foi recuperado. Os polícias foram informados que depois do assalto o carro havia sido abandonado na Rua do Lago, na Vila Nair. O caso é investigado pelo 17º Departamento Policial (Ipiranga) e, com a morte de Lucas, passou a ser tratado como crime de latrocínio, que é o roubo seguido de morte.
Latrocínios na capital
Casos de latrocínio cresceram 18% de janeiro a julho na capital, em comparação com o mesmo período do ano passado. Segundo a Secretaria da Segurança Pública do estado (SSP), 33 pessoas morreram neste ano após esse tipo de crime, 5 a mais do que em 2020.
Outros casos recentes também chamaram atenção. Na semana passada, o comerciante Leonardo Iwamura, de 43 anos, morreu durante um arrastão na Rua Oscar Freire. No fim de agosto, o advogado Rafael de Paula Carneiro Ribeiro, de 45 anos, passeava com a namorada e o cachorro, quando reagiu a um assalto e morreu, no Pacaembu, Zona Oeste.
Bruno Langeani, gerente do Instituto Sou da Paz, chama atenção para outro dado, o de roubos. Só em julho, a capital registrou, em média, 14 casos por hora. Para ele, é preciso mais rigor nas investigações.
“O estado precisa ter uma estratégia forte de retirada de arma de fogo de circulação. A segunda coisa, é preciso que a Polícia Civil dê uma prioridade para esses casos de roubo com o uso de arma de fogo. Com a retirada desses roubadores de circulação, você diminui muito essas ocorrências do crime de latrocínio”, afirmou.
Luciano do Valle
O narrador esportivo Luciano do Valle morreu em 19 de abril de 2014, aos 66 anos, em Uberlândia (MG), depois de passar mal e ser internado em um hospital particular da cidade.
Ele chegava a Uberlândia para cobrir um jogo entre Atlético-MG e Corinthians, pelo Campeonato Brasileiro (Brasileirão), quando passou mal.