Política

CPI reconvoca Marcelo Queiroga para depor pela terceira vez

A CPI da Pandemia convocou, pela terceira vez, o ministro da Saúde Marcelo Queiroga para prestar depoimento no Senado.

A justificativa principal foi a mudança de pauta de última hora da Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS), que trataria do uso de medicamentos do “kit Covid” nesta quinta-feira (7).

Os senadores suspeitam que tenha sido feito algum pedido para que os técnicos deixassem de avaliar a questão na data prevista.

A oitiva está prevista para ocorrer no dia 18 de outubro, um dia antes da apresentação do relatório final da CPI, informou o presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), à CNN.

Em nota enviada à CNN na noite de quarta-feira (6), o Ministério da Saúde disse que “o coordenador do grupo de especialistas, que está elaborando as diretrizes do tratamento ambulatorial dos pacientes com Covid-19, solicitou que o relatório fosse retirado de pauta pela publicação de novas evidências científicas dos medicamentos em análise”.

De acordo com a pasta, o documento será “aprimorado” e, em seguida, voltará à pauta.

No entanto, uma versão do relatório já foi concluída. O documento, ao qual a repórter da CNN Natália André teve acesso, desaconselha o uso de medicamentos que compõem o “kit Covid”, como a azitromicina, a cloroquina e a hidroxicloroquina, por exemplo, no tratamento de pacientes com Covid-19.

“Como aspecto positivo, diversas terapias ineficazes foram descartadas, de forma a promover a economia de recursos com o abandono de seu uso, como o caso da azitromicina e da hidroxicloroquina”, diz a conclusão dos técnicos.

Na avaliação do presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Carlos Lula, a mudança da pauta “soa estranho” porque a recomendação final da Conitec era aguardada “há bastante tempo”.

“O tema era relevante para a sociedade brasileira. Aguardávamos, há bastante tempo, a recomendação da Conitec e causa estranheza a retirada de pauta de maneira abrupta e sem maiores fundamentos. Afinal de contas, a todo tempo surgem novas medicações. Soa estranho, portanto, ser esse o fundamento a impedir a análise”, disse Lula.

Além disso, os senadores da CPI questionaram o porquê de Queiroga ainda não ter respondido questionamentos enviados pela comissão sobre o cronograma de vacinação contra a Covid-19 de 2022.

A expectativa da CPI era de que os depoimentos fossem encerrados nesta quinta-feira (7) com a oitiva de um ex-médico e um paciente da Prevent Senior. A CPI, que já está em sua reta final, deve apresentar o relatório final da investigação no dia 19 de outubro e votá-lo no dia 20.