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Golpistas lavavam dinheiro das fraudes com pedras preciosas e criptomoedas, diz polícia

Range Rover apreendida na casa de Frango, alvo da Operação Veritas — Foto: Reprodução/TV Globo

Os golpistas alvos da Operação Veritas, nesta quinta-feira (4) lavavam o dinheiro das fraudes bancárias com aplicações em criptomoedas e a venda de pedras preciosas, afirmou a Polícia Civil do RJ.

Equipes da Delegacia de Combate às Organizações Criminosas e à Lavagem de Dinheiro prenderam nove pessoas, incluindo o homem apontado como o chefe da quadrilha. Segundo as investigações, Eduardo da Costa Ferreira, o Frango, tinha mais de R$ 2 milhões investidos em um só ativo virtual.

A polícia afirma que a quadrilha de Frango interceptava folhas de cheques e clonava cartões de crédito de clientes em todo o país.

Frango já tinha passagens na polícia por estelionato, receptação de veículo e falsificação de identidade.

Além das nove prisões, policiais cumpriram 16 mandados de busca e apreensão e apreenderam 11 carros de luxo.

 polícia estima que o bando movimentou ao menos R$ 13 milhões nos últimos meses, ora compensando cheques, ora fazendo transações em máquinas de cartões dos próprios fraudadores, em benefício de empresas de fachada. O dinheiro desviado era gasto em itens de luxo, como carros.

O juiz Marcelo Rubioli, da 1ª Vara Criminal Especializada determinou ainda o sequestro de bens móveis e imóveis e o bloqueio de contas dos envolvidos e expediu mais um mandado de prisão domiciliar de uma das indiciadas, fora os mandados de prisão.

As investigações duraram mais de um ano.

Assinaturas falsificadas e telefones clonados

 

Nas fraudes com cheques, os criminosos interceptavam talões pelo correio, falsificavam a assinatura dos titulares e compensavam valores altos.

“Nessa fase, eles ainda clonavam o telefone da vítima para que, no momento da confirmação dos dados para a compensação por parte do banco, outros integrantes da quadrilha se passassem pelo cliente”, explicou o delegado Gabriel Poiava, responsável pelas investigações.

“Para justificar a movimentação de altas quantias, eles diziam que estavam adquirindo terrenos. Com a transação efetuada, os valores eram direcionados a contas de terceiros”, detalhou.

 

No ano passado, por exemplo, uma vítima procurou a polícia de Minas Gerais para comunicar uma compensação fraudulenta de quase R$ 500 mil de sua conta. Valores retidos em contas de pessoas mortas também eram alvo da quadrilha.

Transações fantasmas

 

A outra modalidade de fraude era com cartões de crédito clonados. “Esses cartões eram utilizados em máquinas de propriedade da quadrilha e a favor de empresas ligadas ao grupo, simulando transações comerciais inexistentes”, disse Poiava.

“Nos dois casos, gerentes e funcionários de instituições financeiras eram cooptados para o repasse de informações sigilosas de clientes”, complementou o delegado.

 

O bando contava ainda com os serviços de policiais que agiam como braço armado da organização no transporte de elevadas quantias e buscavam informações oficiais e sigilosas de vítimas.