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Candidata é obrigada a desistir do Enem ao descobrir que prova seria aplicada a mais de 700 quilômetros de distância de casa: ‘muito frustrada’, diz

Danielle Sarmento, de 40 anos, foi obrigada a desistir de fazer a prova do Enem 2021 — Foto: Reprodução/WhatsApp

Um moradora do Grande Recife não vai conseguir fazer o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), no domingo (21) e no dia 28, porque o local de prova selecionado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) fica a mais de 700 quilômetros do seu endereço. Danielle Sarmento, de 40 anos, percebeu na quinta (18) que a aplicação da sua prova será em Petrolina, no Sertão.

O Inep respondeu na manhã da sexta (19), por e-mail, para a candidata, que o local de prova estava “conforme solicitado no período da inscrição” e que não era possível alterar o local para a realização do exame. “Fiquei muito frustrada”, afirmou Danielle.

A candidata lembrou que, segundo as regras-gerais do Enem, a distribuição dos participantes é feita em um raio de até 30 quilômetros do local de sua residência.

Danielle, que trabalha como secretária há 19 anos, contou que sonha em estudar direito e que conciliou trabalho, afazeres domésticos e estudos, ao longo do ano.

“É frustrante você querer fazer uma prova para ter a oportunidade de fazer uma faculdade e não poder. Fiquei chateada por ser uma coisa que quero muito”, disse.

Ela hoje mora no Recife, mas disse que morava em Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana, quando fez a inscrição dela e dos filhos de 15 e 22 anos. É o endereço de Jaboatão que consta no cadastro.

A candidata lembrou que fez as três inscrições da mesma forma e no mesmo momento. Nunca alterou o endereço de nenhum cadastro, mas foi pega de surpresa ao imprimir o cartão de inscrição.

“Fiz a inscrição do meu filho, da minha filha e a minha. Quando fui imprimir os cartões de inscrição fiquei decepcionada, porque o meu local de prova estava em Petrolina. Todos deram certo, só o meu que deu isso. Ainda bem que foi o meu. Se fosse os deles seria pior, eles são prioridade”, ressaltou.
Danielle abriu protocolos por e-mail e telefone, mas não conseguiu solucionar o problema e não tem como ir para Petrolina para fazer a prova

“São mais de oito horas de viagem de carro, um absurdo. Eu tentei buscar uma solução no Inep, por telefone, pelo site, anexei meu comprovante de residência, nada resolveu”, contou.

O g1 pediu esclarecimentos ao Inep por telefone e por e-mail, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem