Artista interpreta personagem inspirada em Rita Cadillac na trama 'Ilha de Ferro'; Em 'Nos Tempos do Imperador' ela faz uma cantora de ópera
Helga Nemeczyk encontrou na culinária uma terapia para manter a mente sã durante o período mais intenso da Covid-19, que mudou completamente a rotina dos brasileiros em março do ano passado. A artista, que passou na companhia da mãe o tempo de maior isolamento social, relembrou o momento.
“A pandemia foi de muita incerteza, ansiedade, medo e descobertas. Passei a pandemia com a minha mãe, para nos cuidarmos e fazermos companhia uma à outra. Fiz lives solidárias cantando, para ajudar a quem precisa e me ajudar também a não perder a esperança. Malhei em casa, pesquisei muitas receitas com alimentos que ajudam na imunidade, fiz bastante comida, o que ajudou como uma terapia, além da análise, claro, que às vezes era duas vezes por semana”, conta ela, que também adotou à meditação.
“Tive algumas crises de pânico, mas fiz muita meditação, que foi algo que descobri, mas que é muito difícil para mim ainda. Estou no processo de me apaixonar por ela.”
RETORNO AO TRABALHO
De volta aos trabalhos, Helga em breve poderá ser vista na novela Nos Tempos do Imperador, interpretando Giusepina Sant Ângelo, uma cantora de ópera. Para isso, ela não só trabalhou o canto lírico, como estudou prosódia e italiano.
“Tive aulas de prosódia e italiano, para cantar e falar a língua com perfeição. O canto lírico já era algo que eu tinha estudado, então foi fácil”, explica ela, que vê o retorno como uma “luz no fim do túnel”.
“É uma esperança de que nem tudo está perdido para nós artistas. Mas ao mesmo tempo, é uma volta com protocolos de segurança, uma volta com distanciamento, um pouco solitária por não podermos compartilhar os camarins, as mesas de refeições, entre outras coisas. Mas sabemos o quanto é necessário para que essa volta seja de fato definitiva.”
SENSUALIDADE REAPRENDIDA
Além deste trabalho Helga interpreta, na segunda temporada do seriado Ilha de Ferro, Sheila, uma musa dos presidiários, inspirada em Rita Cadillac. Seu envolvimento com a personagem fez com que ela olhasse para si de outra forma, permitindo-se ser sensual.
“Por algum tempo eu quis recuar a sensualidade em mim. Por conta de não querer que me vissem apenas como uma ‘gostosa que sabe cantar’, eu me deixei engordar pela primeira vez nos meus tempos de Zorra Total. Queria ter outro lugar, e achava difícil conseguir se eu fizesse sempre os quadros de musicais com pouca roupa. Passei a negar a minha sensualidade para que pudessem me dar oportunidades como atriz. Resgatar isso não foi muito difícil, quando se trata de personagem e cena, mas a pessoa física da Helga demorou um pouco mais. Essa personagem me trouxe muitas coisas interessantes, mesmo ela sendo uma ‘cantora gostosa’, ela também tem momentos dramáticos e trágicos e isso eu ainda não tinha vivido na televisão”, analisa ela, contando que a preparação incluiu um trabalho físico intenso para obter o bumbum perfeito.
“Fiz muito agachamento!”, diverte-se. “Os exercícios de glúteos e pernas em geral foram mais intensificados nesse período.”
AUTOESTIMA
A retomada da autoestima foi um processo que começou há mais de cinco anos, após Helga ser diagnosticada com obesidade. A artista começou a cuidar de si mesma pensando na saúde e aprendeu que perder peso não era suficiente, ela precisava aprender a amar suas curvas do jeito que eram, sem projetar ideais de beleza.
“Sempre me deixei levar pela tristeza e o desejo de curar minha compulsão alimentar. Isso acabava me dando forças para combate-la. Porém, a autoaceitação ainda é um grande problema na minha vida. Fui descobrindo que mesmo com o peso ideal eu ainda não estava satisfeita e queria ser diferente. Até que percebi que nunca serei aquilo que projetava. Eu sou o que sou, minha estrutura é como é. Não adianta eu querer ser mais longilínea ou menos musculosa, ter ossos mais finos… Isso nunca vai acontecer. É todo um processo muito difícil, pois a profissão e a mídia acabam nos contaminando com a busca pela perfeição que não existe. A saúde e não a estética por si só. Às vezes penso que a dieta sempre será eterna e fico pensando se vale mesmo a pena me tornar prisioneira de mim mesma com relação à autoestima”, conta.
“O emagrecimento não resolve o problema da autoaceitação. Claro que fiquei mais saudável, com taxas de colesterol, glicose e triglicerídeos melhores. E de fato isso é o que deveria importar.”
NOVOS PROJETOS
Além de poder ser vista nas telinhas e plataformas digitais, Helga volta ao teatro. Ela está no musical Cinderella, que no começo do ano que vem terá uma temporada no Rio de Janeiro.
“Além de Cinderella, tem o meu show de músicas da Tropicália, SuperBacana, que inscrevi em alguns editais para o próximo ano, a participação no novo filme de natal brasileiro da Netflix… Os sonhos continuam sendo muitos…. Sonho em ter uma oportunidade de fazer personagem de drama, tenho o desejo de gravar um EP… Espero conseguir realizar em breve.”