Trabalhadores e trabalhadoras rurais de todo o estado de Alagoas organizam mais uma ação pelo Dia Estadual de Luta Contra a Violência e a Impunidade no Campo e na Cidade, a data que marca o assassinado do líder Sem Terra Jaelson Melquíades, será marcada em 2021 com uma vigília e ato político na cidade de Atalaia, na Zona da Mata de Alagoas, nos próximos dias 28 e 29 de novembro.
Assassinado há 16 anos, em 29 de novembro de 2005, Jaelson Melquíades, liderança do MST na região, foi morto em uma emboscada planejada pelas elites da região e, até hoje, essa data é lembrada com a luta dos camponeses e camponesas exigindo justiça e denunciando a violência e a impunidade no campo.
Segundo Débora Nunes, da Direção Nacional do MST, o ato deve reunir centenas de trabalhadores e trabalhadoras rurais de todas as regiões do estado. “Iremos realizar uma grande vigília em memória de Jaelson e de tantos homens e mulheres que morreram na luta pela terra e que seguem com seus casos na impunidade”, explicou Nunes.
De acordo com a dirigente, a vigília acontece a partir do dia 28 e segue com o ato contra a violência e em defesa da Reforma Agrária, no dia 29.
“Queremos poder dialogar com a sociedade sobre os inúmeros casos de assassinato, ameaças e violência que seguem sendo rotineiros aos que lutam pela terra em Alagoas e no país. Jaelson não é um caso isolado, precisamos manter acesa nossa disposição de lutar, exigir justiça e continuar apontando que contra a violência, nós queremos terra para trabalhar e produzir alimentos saudáveis”, sinalizou.
A programação reunirá ainda lideranças sindicais, representações religiosas e outras organizações populares do campo e da cidade.
Para Débora Nunes, manter viva a luta no dia 29 de novembro é também um importante recado aqueles e aquelas que pretendiam acabar com a luta pela terra em Atalaia e na região. “A intenção não era somente de matar o Jaelson, mas sim de colocar um ponto final na luta pela Reforma Agrária nessa região. Sem dúvidas, seu assassinato, impulsionou ainda com mais força a luta dos trabalhadores e trabalhadoras, entendendo que Jaelson foi morto em nome de uma causa e cabe a nós seguir fazendo aquilo que ele foi impedido de fazer”.
Entenda o caso
Dirigente do MST em Atalaia, Jaelson foi assassinado em uma emboscada armada, surpreendido por pistoleiros quando se deslocava de uma atividade, onde foi morto a tiros.
Desde seu assassinato, o caso ficou impune, quando somente em 2016, após muita cobrança dos movimentos de luta pela terra, um suposto executor do crime foi preso.
Desde então, o dia de sua morte é dia de luta pelo MST e pelos movimentos camponeses em Alagoas, pautando o fim da violência e denunciando a impunidade.