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Quadrilha alvo de operação seguia ‘cartilha’ com perguntas e respostas para aplicar golpes por telefone

Fotos mostram ‘cartilha’ que criminosos seguiam para aplicar golpes — Foto: Arquivo pessoal

A quadrilha alvo de uma operação da Polícia Civil de São José do Rio Preto (SP) contra estelionatos usava um “roteiro” para aplicar golpes. Um caderno com as “perguntas e respostas” que deveriam ser feitas para as vítimas foi apreendido.

Ao todo, 16 mandados de busca e apreensão foram cumpridos na manhã da última quinta-feira (2). Policiais estiveram em São Paulo, Caieiras, Guarulhos e Mogi das Cruzes. As investigações foram realizadas por policiais de Rio Preto devido à grande quantidade de casos de estelionato registrados nas delegacias.

Segundo o delegado Amaury Scheffer de Oliveira Junior, a cartilha com as informações que os golpistas usavam para enganar as vítimas foi encontrada em uma central de onde partiam as ligações.

“Essa operação foi para angariar provas. A gente robusteceu nosso inquérito. Inclusive, foi apreendida uma cartilha na central em São Paulo. Ela é tipo um manual de como proceder em um golpe”, afirmou.

Em imagens obtidas pelo g1 é possível ver o roteiro usado pelos criminosos. Confira abaixo a transcrição de trechos das perguntas e respostas usadas pelos criminosos:

Linha 1

  • Meu nome é Ana Luiza, sou da Tecnologia de Segurança Bancária (Tecban) e estou entrando em contato para informar tentativa de compra de compra de R$ 2.350. Confirma a compra?
  • Por se tratar de um valor que foge das movimentações habituais, possivelmente houve uma clonagem do cartão do senhor.
  • Reconhece esta compra? Não? Desta forma, eu vou providenciar o cancelamento da compra.
  • Peço que anote o protocolo do atendimento.
  • Oriento que entre em contato com o banco para verificação e possível cancelamento com a gerência.

Linha 2

  • Banco, bom dia!
  • Solicita-se protocolo de atendimento da seguradora.
  • Reconhece as compras?
  • Desta forma, orientamos o cancelamento deste e emissão de um novo cartão.
  • Precisarei da confirmação de alguns dados.

Ainda segundo o delegado Amaury Junior, a quadrilha é investigada por aplicar golpes popularmente conhecidos como “falso motoboy” e “falso WhatsApp”.

“A situação financeira do país ocasionou um elevado número de estelionatos, inclusive de quadrilhas que migraram para este tipo de crime. Orientamos a sempre desconfiar”, afirmou.

As investigações continuarão com o objetivo de identificar e prender suspeitos de integrar a quadrilha especializada em aplicar golpes.