Após o Ministério Público Federal (MPF) reconhecer a prescrição do processo envolvendo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no caso do tríplex do Guarujá, políticos se manifestaram nesta terça-feira (7) sobre a decisão.
O ex-juiz e ex-ministro da Justiça Sergio Moro (Podemos) afirmou que “manobras jurídicas enterraram de vez” o caso do tríplex do Guarujá.
“Manobras jurídicas enterraram de vez o caso do Tríplex de Lula, acusado na Lava Jato. Crimes de corrupção deveriam ser imprescritíveis, pois o dano causado à sociedade, que morre por falta de saúde adequada, que não avança na educação, jamais poderá ser reparado”, escreveu em uma rede social.
No Twitter, o ex-procurador Deltan Dallagnol disse que o pedido de arquivamento “não tem como fundamento um suposto conluio que jamais foi reconhecido por qualquer tribunal do país, mas sim a prescrição dos crimes em razão da demora da Justiça e da idade do ex-presidente”.
Ex-presidente do partido Novo, João Amoêdo classificou a decisão do MPF como uma “impunidade” que “venceu na Justiça”. “A impunidade venceu na Justiça. Não podemos deixar que também vença nas urnas em 2022”, disse.
Já o deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP) citou “impunidade” pelas redes sociais. “Infelizmente, a impunidade teve mais uma vitória no Brasil. O MPF reconheceu a prescrição do caso do tríplex do Lula. Isso não significa que foi inocentado, apenas que acabou o prazo para julgar esse crime”, afirmou.
Aliados do ex-presidente comemoraram a decisão que arquivou o caso, classificando o arquivamento como uma vitória do petista.
A deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) classificou o caso como “fake do tríplex”. “E os danos morais contra o Lula com essa fake do triplex? E o que fizeram com Dona Marisa [ex-mulher de Lula, morta em fevereiro de 2017]? Quem apaga o sofrimento?”, concluiu.
Já o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) afirmou que “a mentira de Moro e Dallagnol (ex-procurador e chefe da Lava Jato) caiu por terra”.
“Lula vence mais uma na justiça e MPF reconhece prescrição do caso do triplex. A mentira de Moro e Dallagnol definitivamente cai por terra”.
Arquivamento do caso do tríplex
A Procuradoria da República no Distrito Federal se manifestou na segunda-feira (6) pelo arquivamento do caso do tríplex do Guarujá, que envolve o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de 76 anos.
O Ministério Público apontou prescrição dos crimes que teriam sido cometidos pelo ex-presidente. A procuradora Marcia Brandão Zollinger apontou a extinção da punição do ex-presidente sobre os crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Essa decisão inviabiliza a apresentação de uma nova denúncia.
“Quanto às imputações relacionadas ao pagamento de reforma, ocultação e dissimulação da titularidade do apartamento 164-A, triplex, e do beneficiário das reformas realizadas, verifica-se a ocorrência da extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão punitiva estatal relativamente aos investigados septuagenários, quais sejam Luiz Inácio Lula da Silva (nascido em 06/10/1945), José Adelmário Pinheiro Filho (nascido em 29/09/1951) e Agenor Franklin Magalhães Medeiros (nascido em 08/06/1948)”, afirma o documento do Ministério Público.