Rogério Ceni será técnico do São Paulo em 2022? Pelo que foi dito pelo próprio comandante, após a derrota para o América-MG, que fechou a melancólica temporada tricolor, tudo dependerá de uma conversa com a diretoria, que deve acontecer já nesta sexta-feira (10), na capital paulista.
Questionado mais de uma vez sobre a permanência no Morumbi para o ano que vem, Ceni evitou cravar que ficará ou que deixará o cargo, mas mandou recado aos cartolas são-paulinos. Para o técnico, sua continuidade depende de uma garantia de que o elenco será mais forte, para evitar campanhas como a do Campeonato Brasileiro.
“O São Paulo, se não me engano, não frequentou a primeira página da classificação. Sempre quando teve uma chance para entrar, não conseguiu dar o passo à frente. A posição (13º) não condiz com a grandeza e a história do clube. É algo que me preocupa, se nós vamos ter um time para brigar por uma posição melhor do que a desse ano em 2022”, afirmou o ex-goleiro, que continuou.
“Temos bons jogadores em determinadas posições. O que faltam são outros jogadores para complementar o tipo de elenco que a gente precisa, na minha modesta opinião. E a decisão de ficar ou não depende muito disso. Não posso jogar uma história de 26 anos fora se eu não enxergar que temos condições de sermos melhores do que somos hoje”, explicou Rogério.
“Momento de a gente conversar, para ver o que é possível mudar, o que o clube tem como meta. Para mim é um prazer estar no São Paulo, mas eu tenho uma história aqui dentro. Qualquer coisa de ruim que aconteça em 2022 tem um peso muito grande para mim. Esse é o único problema. Não é falta de vontade, de querer trabalhar. Gosto, me importo com o clube, talvez me importe tanto que preciso refletir mais de uma vez para ver qual a possibilidade do clube em 2022”.
Para ter um elenco capaz de jogar o futebol que ele gostaria, Ceni espera que o São Paulo tenha condições de buscar reforços. Entre as posições mais carentes, na visão do treinador, está a de atacantes rápidos e bons dribladores, que atuem pelos lados do campo. O ídolo também gostaria de contar com zagueiros capazes de ajudar na construção de jogo e volantes mais altos.
“As posições serão passadas para a direção. Já citei várias vezes em entrevistas coletivas que faltam em algumas posições, como 1×1, lado de campo. É minha opinião, minha análise, que passarei provavelmente em uma reunião amanhã (sexta) com a direção”, disse Ceni, que tem contrato até dezembro de 2022.
O técnico, aliás, admitiu que teria sido melhor para ele assumir o São Paulo apenas ao fim do Brasileirão, para tocar um planejamento a partir da pré-temporada. Segundo Rogério Ceni, o convite do presidente Julio Casares, após a demissão de Hernán Crespo, fez com que ele arriscasse toda sua história no Morumbi.
“Quando o presidente conversou comigo a primeira vez, eu disse que para mim seria muito melhor começar no ano de 2022, porque iria fazer uma pré-temporada e tentar fazer alguns ajustes. Mas ele disse que precisava naquele momento, e, como era o São Paulo, vim pela necessidade que eu entendia de ajuda que o clube precisava. Coloca-se em risco uma carreira toda de atleta relativamente vitoriosa, mas era o que precisava ser feito no dia que fui convidado. Eu resolvi arriscar toda essa história para não ver o São Paulo em uma posição que outros grandes times estiveram na noite de hoje”.
