Polícia

Bebê morreu após ser pisoteado e agredido por padrasto: “não parava de chorar”

PC/AL

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A Polícia Civil repassou, na manhã desta segunda-feira, 20, detalhes sobre a prisão do jovem de 19 anos, acusado de assassinar por espancamento o enteado de apenas oito meses de idade no último dia 2 no bairro do Tabuleiro do Martins, parte alta de Maceió.

No início deste mês, o bebê Lucas Felipe da Silva, de oito meses, foi encontrado morto com lesões pelo corpo. Inicialmente, a mãe da criança, uma adolescente de 17 anos, e o padrasto, de 19 anos, contaram aos  agentes da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) que o menino tinha caído da cama. Na versão dos pais, a criança teria passado o dia com mal-estar e apresentava um ferimento na língua. Após ser medicado, o bebê foi dormir e no dia seguinte foi encontrado morto. 

No entanto, no decorrer as investigações, a Polícia Civil concluiu que, o que aconteceu, de fato, é que o homem agrediu violentamente o bebê. A gravidade das agressões foi constatada em laudo do Instituto Médico Legal (IML), que constatou que o bebê apresentava diversas fraturas no crânio, com perda de tecido cerebral além de marcas de mordidas humanas. Também foram notadas marcas indicando que sofria agressões já há algum tempo.

Durante entrevista coletiva, realizada no auditório da sede da PC/AL, em Jacarecica, o delegado Fábio Costa, responsável pelas investigações, informou que o acusado confessou o crime e contou que teria desferido socos na cabeça do bebê e o pisoteado pelo fato da criança não parar de chorar.

“O crânio estava esfacelado e isso demonstrava que não tinha sido queda. Voltamos a interrogar mais uma vez o padrasto, que confessou e disse que ele estava bebendo junto com a sogra e fazendo uso de drogas, como maconha e crack, quando a criança começou a chorar e ele foi tentar fazê-la dormir do lado de fora da casa, onde era mais ventilado, ocasião em que aconteceram as agressões”, afirmou Fábio Costa.

Após ser preso, o jovem contou a dinâmica do crime. Ele informou que no momento em que estava fora da residência chegou a pedir uma camisa limpa à companheira e, quando ela apareceu no muro para entregar, ele disse que estava tudo bem. Ao sair do local, que era escuro, o homem estava com a roupa ensanguentada. Perguntado de onde vinha aquele sangue, o homem disse que era da boca da criança, que tinha “mordido a língua”.

“Ele deu socos na cabeça e na boca do bebê, e também pisoteou a cabeça da criança porque ela não parava de chorar”, afirmou o delegado responsável pelas investigações.

Após as agressões, o padrasto deu banho no bebê e entregou a criança à mãe, que tentou, mas não conseguiu amamentar. O casal teria ido dormir e quando acordaram, a criança estava morta.

Segundo o delegado, a princípio, apenas o homem, que não teve o nome revelado, será indiciado pelo crime. Ele encontra-se na Delegacia de Homicídios, onde estão sendo adotados os procedimentos legais e, de lá, seguirá para o sistema prisional, onde ficará à disposição da Justiça, pois teve a prisão preventiva decretada pelo juiz Carlos Pita.

Participaram da coletiva, o delegado-geral Carlos Reis, o coordenador da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Ronilson Medeiros, o médico-legista e diretor do Instituto Médico Legal (IML), Diogo Nilo, e o delegado Fábio Costa, responsável pelas investigações.