Análise de efluentes permite mapear ocorrência da Covid-19 nos bairros analisados
A Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal) e a Universidade Federal de Alagoas (Ufal) deram início, na última quarta-feira (21), à coleta de amostras para investigação da presença de coronavírus na rede coletora de esgoto de Maceió. Essa iniciativa é fruto do convênio de cooperação técnica-científica entre as instituições, firmado em setembro de 2020.
Coordenou o colhimento das amostras a professora Nélia Calado, do Centro de Tecnologia (Ctec). O embasamento para esse trabalho vem do “projeto de vigilância do novo coronavírus em esgotos de Niterói”, publicado na Water Research, prestigiada revista científica internacional. Segundo o estudo, o vírus é eliminado nas fezes de pessoas infectadas e pode ser monitorado pelo esgoto. Considerando a quantidade do material genético viral encontrado, é possível caracterizar sua dispersão no município.
“O trabalho pode servir de ferramenta de controle sanitário e ambiental, permitindo agilizar ações de saúde pública”, explicou o engenheiro químico da Casal, Júlio Balbino, ele esteve presente na coleta dos resíduos. A primeira amostragem, informou o engenheiro, foi efetuada em pontos estratégicos de Maceió: canais que cortam a cidade, o Hospital Metropolitano e Estação de Tratamento de Esgoto Benedito Bentes.
Balbino, que atua como supervisor de esgoto na Companhia e já ministrou um minicurso sobre tratamento de efluentes no Congresso de Recursos Energéticos e Meio Ambiente (Corema), em 2020, destacou que “a parceria com instituição de ensino do porte da Ufal fortalece os laços de cooperação entre as duas entidades e traz benefícios à comunidade”.
Além da coleta realizada no último dia 15, a previsão é de que esse procedimento será realizado semanalmente a partir de 5 de janeiro de 2022, após o período de recesso da Ufal.