Há um ano, no Natal e no Ano Novo, a vacina contra a Covid-19 ainda é uma promessa. Em 2021, 65% dos brasileiros já receberam duas doses, sendo que algumas cidades, como São Paulo, já têm 100% dos adultos imunizados. No entanto, não é hora de descartar as máscaras.
O g1 conversou com especialistas e traz 5 medidas fundamentais para garantir um Natal e um Réveillon com segurança:
Infelizmente, se o critério é segurança, os parentes que optaram por não se vacinar acabam se tornando um ponto cego para todo o grupo, principalmente se também estiverem crianças e idosos com comorbidades na reunião de fim de ano.
“Primeiro, as pessoas precisam estar vacinadas. É possível que na família tenha crianças abaixo de 12 anos, que ainda não foram vacinas e que podem estar indo presencialmente nas escolas, que podem se infectar e transmitir”, disse Ethel Maciel, professora da Universidade Federal do Espírito Santo e pós-doutora em epidemiologia pela Universidade Johns Hopkins.
Ainda não é hora de aposentar a máscara. Os especialistas pedem que ela seja mantida, no mínimo, entre as refeições. O ideal é tirar apenas na hora da ceia de fato e, neste momento, manter o distanciamento tradicional.
“Mantenha o distanciamento entre as pessoas durante as refeições, reduza o número de cadeiras nas mesas e coloque-as alternadas. Evite colocar uma pessoa de frente para outra. Mantenha distância de 1,5 metro entre as pessoas…de maneira prática, este distanciamento equivale a 2 braços esticados”, disse Maura Salaroli de Oliveira, Infectologista e gerente-médica da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital Sírio-Libanês.
Cada família e seus integrantes têm rotinas diferentes e, por isso, se expõe a riscos também de diferentes graus.
“Às vezes, a família já não tem mais criança, já está todo mundo vacinado, então, é um pouco diferente. Às vezes a pessoa não usa transporte coletivo, vai para o trabalho com seu próprio transporte, fica em um local com poucas pessoas. Temos sempre que pensar que o risco de transmissão é maior dependendo de quantas pessoas eu encontro no dia, quanto maior a minha interação social”, explica Maciel.
Com base no risco dos participantes, é importante estabelecer regras claras e bem-informadas aos convidados. Assim, a festa pode ocorrer com um risco menor e sem desgaste.
“É importante reforçar que as pessoas infectadas que possuem um esquema vacinal completo tendem a apresentar sintomas mais leves, sendo necessário uma cautela a qualquer sintoma. Cuidado para não atribuir sintomas a ‘rinite’, ‘resfriado comum’, ‘sinusite'”, avalia Beatriz Tonetto de Almeida, enfermeira da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital Sírio-Libanês.
Os especialistas defendem que uma alternativa que reduz o risco é fazer a festa ao ar livre, principalmente no momento das refeições, quando as pessoas estarão sem a máscara.
“Se a reunião puder ser em um local aberto, por exemplo, em um quintal, em uma varanda, em que as pessoas vão ficar em um ambiente em que o ar circula, é melhor”, afirma Maciel. Oliveira explica a mesma coisa:
“Sempre que possível, as reuniões devem ser feitas em locais ao ar livre, ou em locais bem ventilado, com as janelas e portas abertas. Todas as pessoas precisam usar máscaras nos ambientes internos ou externos e retirá-las somente na hora das refeições”.
Por último, e não menos importante, é fundamental manter a regra de não compartilhar os objetos pessoais, como copos, pratos, talheres. Algumas dicas: