Um profissional exemplar e amigo de todos. Assim é descrito o cinegrafista Vitor da Silva Lins, que foi morto, na madrugada de quinta-feira, aos 31 anos, durante um assalto em Paraty, na Costa Verde do Rio. O corpo de Vitor já está em São Paulo e seguirá para Arapiraca, em Alagoas, onde moram seus pais.
Vitor morava em São Paulo e tinha acabado de chegar a Paraty, por volta das 5h de quinta-feira, com a namorada para passar o Natal. Segundo a polícia, ele se recusou a entregar sua mochila e foi alvejado.
— Todos os colegas estão bem abalados com a notícia. Além de ter sido algo repentino, ele era uma pessoa muito especial. Era ciclista, defensor da ciclovia e do uso da bicicleta como transporte público. (Já que) o trânsito é algo violento, andava para cima e para baixo de bicicleta. Passou esses dois anos de Covid e não aconteceu nada. Agora que estava aproveitando para descansar, acontece isso — disse Flávio Munhoz, coordenador geral da Rede Câmara, da Câmara Municipal de Vereadores de São Paulo.
Flávio contou ainda que Vitor foi para São Paulo para estudar e trabalhar. Ele era formado em Rádio e TV pela Universidade Anhembi Morumbi. Há aproximadamente um ano, trabalhava na Fundação Padre Anchieta, contratada pela Câmara Municipal de São Paulo e responsável pela TV Câmara. Em nota, a Rede Câmara lamentou o falecimento do profissional. O presidente da Casa, vereador Milton Leite (DEM), enviou também uma mensagem de conforto à família.
O crime ocorreu por volta das 5h20. O casal estava caminhando para a pousada onde ficaria hospedado, no bairro do Pontal. Quando passavam pela ponte, foram abordados por três assaltantes. Vitor não deixou que levassem sua mochila e foi baleado. Os bandidos fugiram. O cinegrafista morreu no local.
Dois menores foram reconhecidos pela namorada da vítima e confessaram a autoria do crime. Um deles efetuou os disparos com um revólver calibre 38. A dupla foi localizada na Ilha das Cobras, região dominada pelo tráfico, durante operação conjunta da Polícia Civil e Polícia Militar com a Secretaria Municipal de Segurança e Ordem Pública de Paraty. Testemunhas e imagens de câmeras levaram a polícia aos menores.
O terceiro envolvido no crime foi encontrado morto numa área de mata, conhecida como Olaria. Segundo a polícia, o homem, conhecido como Jajá, foi executado pelo tráfico de drogas. O caso foi registrado como latrocínio na 167ª DP (Paraty).