Política

Moraes manda Bolsonaro prestar informações sobre intenção de expor nomes de técnicos da Anvisa

Ministro do Supremo Tribunal Federal deu a ordem ao analisar pedido de senador para investigar presidente por suposta intimidação após aprovação pela agência da vacinação de crianças.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, deu 48 horas para o presidente Jair Bolsonaro se manifestar sobre um pedido para que seja investigado por suposta intimidação de servidores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Alexandre de Moraes, ministro do STF — Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF

Moraes analisa um requerimento do senador Randolfe Rodrigues (Rede -AP) que acionou o Supremo após Bolsonaro defender em uma transmissão pela internet a divulgação dos nomes dos integrantes da Anvisa que aprovaram a utilização da vacina da Pfizer para crianças a partir de 5 anos.

Além de Bolsonaro, o ministro do STF também determinou que o diretor-presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, preste explicações sobre os fatos. O despacho foi assinado na quarta-feira (22).

Randolfe Rodrigues afirmou que Bolsonaro “fez questão de propalar aos quatro ventos que não concordava com a decisão técnica da Agência, inclusive ameaçando os profissionais, integrantes do corpo técnico do órgão, que votarem peja aprovação do uso da vacina no público infantil”.

Segundo o senador, a intenção do presidente “não é exatamente aquela mais alinhada à transparência no trato da coisa pública, mas a de constrangimento dos servidores e a de construção de um cenário de demérito à decisão da agência”.

“Em simples termos: o que o presidente quer, na verdade, é promover uma onda de desinformação, com a propagação de notícias falsas que visem desestimular os pais a vacinarem seus filhos contra a Covid-19. Aliás, nada muito diferente daquilo que vem fazendo desde o início da pandemia – a tal “gripezinha” que vitimou mais de 600 mil brasileiros e gravemente sequelou tantos outros — inclusive desde o inicio da campanha de imunização — em que, na visão do Presidente, muitos “se transformaram em jacarés”, afirmou.