Polícia

Teólogo confessa ameaças contra pastora que realizou casamento homoafetivo

PC/AL

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Um jovem de 25 anos, que teve a identidade preservada, confessou a delegada Luci Mônica, titular do 9º Distrito Policial e designada especialmente para investigar o caso, ser o autor das ameaças contra a pastora evangélica Odja Barros, que celebrou no início deste mês um casamento homoafetivo na Igreja Batista de Maceió. A declaração se deu durante interrogatório realizado na manhã desta terça-feira, 28.

De acordo com a delegada, durante o depoimento, o rapaz confessou a autoria das ameaças e alegou não concordar com o casamento homoafetivo por ser teólogo e estudioso da biblia. “Em longo depoimento ele disse que não concorda com casamento de pessoas do mesmo sexo, como também não concordava com ateus. Disse ser uma pessoa cristã, e que era um teólogo, um estudioso da bíblia, e por isso não concordava com estas práticas”, revelou a delegada.

Questionado sobre a arma de fogo, usado para ameaçar a pastora, o jovem informou que não a pertencia e disse recebeu a imagem de outra pessoa, também pelas redes sociais.

Para identificar o suspeito, a delegada contou com a ajuda dos policiais civis da Delegacia do 9º Distrito Policial, da qual é titular, da equipe da Delegacia de Crimes Cibernéticos, ligada à Divisão Especial de Investigação e Capturas (Deic) e do Grupo Especial de Apoio à Investigação (Geai), da PCAL.

O acusado está sendo indiciado pelos crimes de ameaça, intolerância religiosa e homofobia, e o inquérito policial será enviado à Justiça. Conforme as investigações, nas mensagens enviadas à pastora, um homem, dizendo ser religioso, a ameaça de morte e chega a dizer que iria atirar na cabeça dela.

Entenda o caso

No início deste mês, a pastora evangélica Odja Barros realizou um casamento homoafetivo entre duas mulheres. A celebração ganhou repercussão depois de uma matéria publicada pelo site UOL, na qual a pastora qua atua na Igreja Batista do Pinheiro – que desde 2016 não faz mais parte da Convenção Batista do Brasil por aceitar incluir e batizar pessoas homossexuais – declarou “saber estar vivendo algo que é fruto de muita luta” e que se sentiu “honrada e privilegiada de ser celebrante de um momento novo e histórico dentro da tradição de igrejas batistas no Brasil”.

Em áudio amplamente divulgado nas redes sociais, o representante da comunidade do Pinheiro, Alexandre Sampaio, relatou que as ameaças foram feitas pela internet, em mensagens enviadas ao perfil da pastora em uma rede social. O criminoso enviou imagens de armas, áudios e mensagens ameaçando disparar cinco tiros na cabeça da pastora, além de afirmar que estava monitorando a sua família.