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Passageira de navio da MSC relata que não há fiscalização de isolamento para quem testou positivo para Covid-19

Embarcação retornou às pressas ao Porto de Santos depois de confirmar mais de 70 casos da doença a bordo.

Passageira registra aglomeração em bar do navio — Foto: Arquivo Pessoal

Uma passageira do navio MSC Splendida relatou ao g1 que não há fiscalização de isolamento e uso de máscara às pessoas que testaram positivo para Covid-19 a bordo. A embarcação alterou o roteiro inicial e atracou às pressas no Porto de Santos, no litoral de São Paulo, nesta quinta-feira (30), após 78 casos da doença serem confirmados.

A psicóloga Ana Carolina de Carvalho, de 37 anos, e sua mãe Maria Natalia de Carvalho, de 82, são passageiras do cruzeiro e testaram positivo para Covid-19 na quarta-feira (29). Em entrevista ao g1, a psicóloga disse que, apesar de terem recebido uma carta informando que estão infectadas pelo vírus e aconselhando que ficassem isoladas na cabine, não há fiscalização do navio.

“Não falam nada. Nem quando as pessoas entram na ala de isolamento. Só ignoram”, diz.

Ana Carolina explica que, com o surto da doença a bordo, os passageiros foram separados por andares. Os que testaram positivo ficam em um andar. Já os que testaram negativo, mas tiveram contato com quem positivou, ficam em outro andar, e quem testou negativo e não teve contato com quem testou positivo, em outro. Passageiros que não realizaram testes também ficam em outro setor.

Entretanto, apesar da separação, a psicóloga diz que não há qualquer fiscalização do que acontece dentro do navio. “A segurança está muito falha. Nos dias que não estava testada positiva, eu me perdi e entrei na ala de isolamento sem querer. Não tem aviso e não trancam as portas”, relata.

“Além das pessoas não respeitarem, eles ainda não fiscalizam”, pontua a passageira.

A psicóloga comenta que caso medidas não sejam tomadas, pode acontecer de em breve todos do navio testarem positivo para a doença. Além disso, ela diz que há bastante aglomeração, que as regras de prevenção à doença não são cumpridas e que sente falta de álcool em gel disponível. “Não deveríamos nunca ter confiado. Não estão fazendo o básico do protocolo de segurança. Nunca deveria ter vindo”, finaliza.

A reportagem entrou em contato com a MSC, responsável pelo navio, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.