Política

Camarão não mastigado causou problema, diz médico de Bolsonaro após alta

Médico que acompanha presidente disse que ele fará dieta especial e caminhadas na próxima semana. Bolsonaro foi internado na madrugada de segunda-feira (3) no Hospital Vila Nova Star, na Zona Sul de SP.

Postagem do presidente Jair Bolsonaro nas redes sociais sobre alta médica — Foto: Reprodução/Redes Sociais

O presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu alta hospitalar na manhã desta quarta-feira (5), após dois dias internado na capital paulista.

Bolsonaro deu entrada no Hospital Vila Nova Star, na Zona Sul de São Paulo, na madrugada de segunda-feira (3), por conta de uma obstrução no intestino.

Em coletiva de imprensa antes de deixar o hospital, o médico que acompanha o presidente desde 2018, Antônio Luiz Macedo, disse que o problema foi provocado por conta de um camarão não mastigado corretamente.

“Eu não almoço, eu engulo. A peixada tinha uns camarõezinhos também, comi e mastiguei o peixe e comi o camarão”, disse Bolsonaro.’É maldoso quem fala que estou de férias, eu dou minhas fugidas de jet ski’, diz Bolsonaro após alta

“O camarão não foi mastigado, é o que ele tá explicando. A gente pede pra que todos fazerem o que a gente faz: mastigar 15 vezes cada garfada”.

Segundo Macedo, Bolsonaro fará uma dieta especial e caminhadas nas próximas semanas.

“O presidente está com a saúde mto boa, se recuperando rapidamente. Quando cheguei [no hospital], o intestino estava começando a funcionar e no dia seguinte já estava funcionando. O presidente vai fazer uma dieta especial por uma semana e caminhadas.”

Horas depois da saída do presidente, o hospital soltou o boletim sobre a alta:

“O Senhor Presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, recebeu alta hoje do Hospital Vila Nova Star, da Rede D’Or. O Presidente estava internado desde 03 de janeiro para tratar um quadro de suboclusão intestinal. Ele seguirá com acompanhamento ambulatorial pela equipe médica assistente.”

O texto é assinado pelos médicos Antônio Luiz de Vasconcellos Macedo, Leandro Echenique, Ricardo Camarinha, Antonio Antonietto e Pedro Loretti.

A informação da alta foi divulgada primeiramente pelas redes sociais de Bolsonaro, em postagem publicada por volta das 8h40.

Nesta terça (5), foi descartada a necessidade de Bolsonaro passar por uma nova cirurgia. A obstrução no intestino se desfez com medicamentos, e ele pode iniciar uma dieta líquida.

Os médicos afirmaram que o procedimento é de alto risco e só considerado em casos emergenciais.

“Normalmente nestes quadros nós não operamos direto, se faz uma sonda gástrica, hidratação nasoenteral. Como tem uma saúde graças a Deus muito boa, recupera rapidamente, tanto que no dia que eu cheguei, o intestino ainda estava começando a funcionar e no dia seguinte já estava bem”, afirmou Macedo.

Imagens postadas nas redes sociais de Bolsonaro e da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, registram o presidente sendo avaliado pela equipe médica e caminhando no hospital.

A necessidade de cirurgia só foi descartada oficialmente após a chegada do cirurgião, que esteve no hospital na manhã de terça (4).

O especialista estava nas Bahamas quando soube da condição do presidente e aguardava um avião para voltar ao Brasil. Macedo foi o médico responsável pela operação após a facada que Bolsonaro levou.

Férias em Santa Catarina

Bolsonaro estava em férias em Santa Catarina e foi levado para São Paulo na madrugada de segunda (3) com suspeita de nova obstrução intestinal.

A passagem do presidente no Litoral de Santa Catarina foi marcada por passeios de motocicleta, de moto aquática, corte de cabelo, jogo na Mega da Virada, jantar em pizzaria e até uma visita a um parque onde se apresentou como piloto após show temático.

A rotina de férias rendeu críticas ao presidente por ele não ter interrompido o recesso para acompanhar a situação da Bahia, atingida por fortes chuvas.

Procedimentos

Desde que foi vítima de uma facada durante a campanha eleitoral de 2018, Bolsonaro já passou por quatro cirurgias em decorrência do episódio. Relembre no vídeo abaixo.

Ele também passou por outros dois procedimentos não relacionados ao ferimento: a retirada de um cálculo na bexiga e uma vasectomia.

Em julho, o presidente precisou ser hospitalizado devido a soluços persistentes.