Após ser diagnosticado duas vezes com Covid-19, o menino Francisco Guedes Bombini, o Super Chico como é conhecido nas redes sociais, recebeu a primeira dose da vacina contra a doença nesta quarta-feira (19), em Bauru (SP).
Ainda em outubro do ano passado, Chico completou 5 anos. Por isso, pôde receber a vacina pouco mais de um mês após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciar a autorização da aplicação da Pfizer em crianças de 5 a 11 anos.
Por não ter musculatura mais firme nos braços devido aos problemas de desenvolvimento, Chico recebeu a dose em um das perninhas.
Desde o começo da semana, a mãe de Chico, a advogada Daniela Guede Gambini, já havia comentado sobre a ansiedade para que o momento, enfim, chegasse. Isso porque, em Bauru, o agendamento e aplicação da primeira dose para crianças com comorbidades começou nesta terça-feira (18) pelo site da prefeitura.
Em entrevista ao g1, Daniela explicou que desde o começo da pandemia acompanha os órgãos competentes e reguladores da Saúde, como a própria Anvisa e médicos imunologistas e virologistas. Assim, ela ainda aconselha que a população busque informações a cerca dos imunizantes, já que eles são capazes de conter o avanço na disseminação do vírus.
“Os dados científicos são os que me importam e não aquilo que recebo, aleatoriamente, por mensagens. Sem contar que tenho muitos profissionais de saúde na família e todos são pró-vacina, assim como todos os médicos do Chico. Busquem a informação correta e deixem de acreditar em inverdades e mitos.”, aconselha.
Para a mãe de Chico, a vacina representa mais uma dose de esperança e um “olhar positivo” para o futuro.
“Chico passou duas vezes pela doença e eu afirmo: não é legal, é triste, é desesperador na verdade! Os piores dias da minha vida foram com Chico internado por Covid Sabe quando o coração não sossega? Sabe quando você não dorme de preocupação, quando você vê a dor do seu filho e não tem como trocar de lugar? A vacina, enfim, representa um olhar positivo para o futuro”, comemora.
Em uma postagem nas redes sociais, a advogada escreveu que a vacinação do filho era o “evento mais esperado do ano”.
Importância da vacina
Nas duas ocasiões em que o menino recebeu diagnóstico positivo para o coronavírus, ele precisou ser internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Por isso, a mãe já tinha relatado ao g1 a expectativa para que o filho recebesse a vacina.
“Não vejo a hora aplicarem a vacina contra Covid-19 em Chico! Nossa expectativa é super alta e positiva. Ficamos felizes com a liberação e queremos vacinar nosso Chiquinho, sim! Principalmente, por ter tido a doença duas vezes já, e por suas comorbidades!!”
No ano passado, ele foi diagnosticado pela primeira vez com Covid-19 e ficou 18 dias internado, sendo 13 na UTI. Quando recebeu alta, Chico foi tema de uma reportagem especial do Fantástico, que o chamou de “menino mais forte do mundo”.
Já no começo de dezembro, em uma postagem feita via rede social, Daniela explicou aos seguidores que a família estava ausente nas redes por causa de problemas de saúde enfrentados pelo filho e contou que ele foi infectado pela Covid pela segunda vez.
O anúncio da alta, que mobilizou as redes sociais do garoto, foi feito no dia 9 de dezembro pela Daniela no qual informou que o garoto já estava em casa e estava tudo bem. E mais uma vez uma equipe do Fantástico acompanhou a alta do pequeno.
Para dar seguimento na aplicação da vacina no Chico, a mãe afirmou que precisou conversar com o médico do filho.
Ao g1, o médico que acompanha o menino disse que apesar de ter contraído o coronavírus duas vezes o Chico não está imune a doença e a vacina vai ajudar a ampliar o sistema de defesa dele.
“No caso do Francisco, o fato dele ter pegado Covid duas vezes não quer dizer que ele esteja imune. A vacina para ele pode amplificar essa resposta imune melhorando o prognóstico dele. Então, no Francisco, eu indico sim a vacina, assim como para todas as crianças. A vacina vem como uma amplificação do sistema de defesa dele para proteger ele ainda mais”, explica o médico intensivista pediátrico Marcos Suzuki.
O médico também destacou a importância da ampliação da vacina para as crianças.
“Uma coisa que a gente viu na vacinação nos adultos foi a diminuição no número de caso, o número praticamente lá embaixo de mortalidade por Covid. Isso mostra para a gente que a vacinação realmente é muito efetiva. Dessa forma sim, a gente indica vacinação para as crianças. No meu ponto de vista as crianças devem ser vacinadas uma vez que a criança circulando com o vírus ela pode ajudar a elevar o número de mutações. O vírus circulando no meio das pessoas facilita a chance de ter mutações. Então, com as crianças sendo vacinadas essa chance de mutação, de transmissão e de circulação do vírus se torna reduzida.”