Apesar de ter se apresentado à polícia dias após o crime, como não havia flagrante, nem mandado emitido, suspeito foi liberado e conseguiu fugir
Foi preso na tarde desta quarta-feira (19), o homem acusado de ter matado o frentista David Wesley Rodrigues, de 24 anos, em dezembro passado, no município de Arapiraca, Agreste alagoano. O indivíduo foi localizado nas proximidades da cidade de Garanhuns, no interior pernambucano, após duas semanas de diligências.
A prisão aconteceu durante ação realizada por policiais civis em uma operação conjunta da Delegacia de Homicídios de Arapiraca (DHA), Divisão Especial de Investigação e Capturas (DEIC), coordenados pelos delegados Filipe Caldas e Gustavo Xavier, da Polícia Civil de Alagoas e equipe Malhas da Lei da 18ª Delegacia Seccional de Garanhuns, sob comando do delegado Marcos Omena, da PC de Pernambuco.
O delegado Filipe Caldas disse que a DHA, após os levantamentos de local de crime e oitivas de testemunhas, com reconhecimento do autor, bem como pelas filmagens do posto de combustíveis, representou pela prisão preventiva do homicida.
“Apesar de ter se apresentado com advogado poucos dias após o homicídio, a fim de evitar a prisão em flagrante, estava desde então foragido. Como o crime ocorreu na véspera de Natal, com Poder Judiciário em recesso, sob regime de plantão, o advogado apresentou o cliente sabendo que não havia mais situação de Flagrante e que não houvera tempo hábil para expedição de mandado de prisão preventiva, entre o Natal e o Ano Novo, quando as diligências investigativas estavam se iniciando”, informou Filipe Caldas.
O delegado revelou que apesar de ter confessado o crime, o acusado não foi localizado nos endereços informados em seu interrogatório e nem se apresentou após contato com seu advogado, para cumprimento do mandado judicial de prisão preventiva, ficando na condição de foragido.
O preso está sendo conduzido para a Delegacia Seccional de Garanhuns e posteriormente para a Central de Flagrantes de Maceió.
Sobre o Crime
O crime foi praticado no bairro Ouro Preto, em Arapiraca, no dia 23 de dezembro de 2021, e teria ocorrido porque o autor jogou uma latinha de cerveja fora da lixeira e o frentista havia reclamado, acontecendo então a discussão que resultou no assassinato.
Em depoimento acompanhado de seu advogado, o autor do crime chegou a dizer que foi vítima de racismo, tanto no dia do crime, quanto em outras ocasiões em que esteve no posto para abastecer, quando teria sido chamado de “macaco” por David. Ele também negou que tivesse jogado latas de cerveja no chão do posto.
Já testemunhas informaram que o assassino era conhecido no estabelecimento por provocar confusões com frequentadores depois que ingeria bebida alcoólica. Por essa razão, a versão de que vítima e autor teriam uma rixa chegou a ser cogitada, mas não foi comprovada.
As investigações apontaram ainda que havia mais uma pessoa no carro em que o atirador aparece, em imagens conseguidas pela polícia, pegando a arma de fogo e atirando na vítima. O autor do crime confirmou em outro momento do depoimento que costuma andar armado com um revólver calibre 38, mas teria perdido a permissão.