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Morte após hidrolipo: Médico que fez procedimento em comerciante tem dez anotações criminais

Rosimery e o marido em foto da famíllia – Divulgação

O médico responsável pela hidrolipo na comerciante Rosimery de Freitas, que morreu 24 horas após passar pelo procedimento estético, possui dez anotações criminais registradas, entre as quais lesão corporal, ameaça e exercício ilegal da profissão. Duas das queixas registradas são de casos semelhantes ao que resultou na morte da comerciante. Em 2018 e em 2019, duas mulheres passaram pelo mesmo procedimento e tiveram problemas, como inchaço e dores. Na época, elas alegaram que procuraram Ronald Renti da Rocha, que teria se negado a prestar socorro às duas.

A Polícia Civil deve convocar essas duas pacientes para prestarem depoimento no inquérito aberto para apurar as causas da morte de Rosimery. Na terça-feira à noite, agentes periciaram a clínica onde Rosimery morreu, que fica no Centro de Duque de Caxias. Os responsáveis pela investigação aguardam o resultado do laudo que indicará se o local tinha condições para a realização dos procedimentos.

Ronald Renti da Rocha depôs na terça-feira. Após tentar reanimar sem sucesso a comerciante na clínica e comunicar o falecimento, ele pediu que parentes aguardassem que iria chamar o Samu e fugiu do local. Após estranhar a demora, o marido da comerciante, Alcimar Dario resolveu ir até a delegacia prestar queixa e encontrou o médico com dois advogados.

— Ele matou a minha mãe e fugiu. Eu entrei em desespero e perguntei se ele havia matado a minha mãe. Ele disse que sim, pediu para a gente aguardar a ambulância e saiu. Meu pai viu que o socorro estava demorando e, ao olharmos a injeção que ele aplicou na minha mãe, constatamos que estava fora da validade. Meu pai então me pediu força e disse que iria para a delegacia. Chegando lá, o médico já estava com dois advogados. Eu fiquei na clínica abraçada com a minha mãe morta das 13h às 19h40 — disse Larissa de Freitas, filha da vítima.

Em seu depoimento, Ronald Renti da Rocha disse Rosimery teve alta de sua clínica no mesmo dia da cirurgia, na última segunda-feira (24) e que foi orientada a retornar no dia seguinte. Ele disse que na terça, a comerciante já chegou morta ao local e ele ainda tentou fazer manobras de reanimação em vão. A família nega essa versão e afirma que ela chegou com vida à clínica.

— Minha mãe chegou com vida à clínica. Eu, meu pai e nossa prima a socorremos e a levamos para lá. Ela morreu por que não teve um socorro adequado, lá não tinha equipamentos, não tinha nada — completou Larissa.

O Conselho Regional de Medicina confirmou que Ronald Renti da Rocha possui registro junto ao órgão. Uma sindicância foi aberta nesta quarta-feira para apurar o caso.