Caso aconteceu no início do ano, na parte alta da Capital. Detalhes sobre o caso e a investigação foram repassado à imprensa no final da manhã de hoje em entrevista coletiva
Em entrevista coletiva no final da manhã desta segunda-feira, 31, a Polícia Civil de Alagoas repassou à imprensa detalhes importantes a respeito da investigação da morte da jovem Jasmyne da Silva, de 20 anos, no dia 8 de janeiro deste ano. Ela era transexual e seu corpo foi encontrado no dia seguinte em um terreno baldio próximo a Av. Menino Marcelo, no bairro Tabuleiro do Martins, parte alta da Capital.
Como já havia adiantado antes, o delegado Fábio Costa, presidente do inquérito, revelou que o autor do crime, Mário José Barbosa de Melo, foi identificado e ouvido cerca de 15 dias após o fato. Nesse momento ele teria confessado o crime, mas acabou não sendo detido por não haver flagrante, nem prisão decretada. Ele fugiu logo depois.
“Após o depoimento, nós fizemos o pedido de prisão, que foi rapidamente decretada pelo juiz Geraldo Amorim, com parecer favorável do promotor Frederico Alves, mas não o encontramos quando fomos prendê-lo”, adiantou o delegado.
Durante o interrogatório o assassino justificou que teria matado Jasmyne por engano, pensando que se tratava de outra mulher transexual com quem teria feito um programa, anteriormente, e teria furtado dele uma quantia não especificada de dinheiro
Contudo, essa versão não vem sendo levada em consideração pela polícia, que acredita que ele tenha saído de casa – que ficava a cerca de 800 metros de distância do local onde as garotas de programa costumam ficar – já com a intenção de matar a vítima, tanto que levou a faca que utilizou no assassinato. A vítima foi atingida no pescoço, costas e braços – o que indica que chegou a travar luta corporal com o criminoso.
Ainda segundo o delegado, a equipe da DHPP apurou ainda que antes de assassinar Jasmyne, o acusado tentou sair com outra mulher transexual que frequenta aquela região, só não consumando o programa porque não houve acerto no preço.
A polícia localizou também o aparelho celular da vítima, que o suspeito teria repassado para o cunhado e este vendido para outra pessoa.
Perfil do Assassino
O autor do crime é um homem perigoso e violento e já responde a outros crimes, como homicídio consumado, em 2002, ocorrido num posto de saúde da cidade de Jaramataia, e tentativa de homicídio e de violência doméstica, em Arapiraca, no ano de 2019. Ele chegou a usar tornozeleira, mas já estava em liberdade total.
Agora a Polícia Civil acredita que o acusado esteja tentando fugir de Alagoas para outro estado e pede que, quem tiver alguma informação que leve ao paradeiro dele, ligue para o Disque Denúncia no número 181. A ligação é gratuita e não precisa ser identificada.
Participaram também da coletiva o delegado-geral Carlos Reis; o coordenador da Delegacia de Homicídios e Proteção às Pessoas (DHPP), Ronilson Medeiros; o agente Aloísio Almeida Neto, do DHPP, e o presidente do Conselho Estadual LGBTQ+ de Combate à Discriminação em Alagoas, Messias Mendonça.