Política

Vereadora Carol Dartora denuncia ataques racistas após ser vinculada à invasão de igreja em Curitiba

Parlamentar afirma que levará o caso ao Ministério Público. Parlamentar estava na manifestação que pediu a investigação da morte do congolês Moïse Kabagambe, mas diz não ter seguido o grupo que invadiu o tempo religioso.

Reprodução

A vereadora Carol Dartora (PT) encaminhará as mensagens ao Ministério Público

A vereadora Carol Dartora (PT) denunciou na sessão desta quarta-feira (9) da Câmara Municipal de Curitiba ameaças e ataques racistas que vem sofrendo.

Em plenário, a parlamentar relatou ter recebido uma série de mensagens nas redes sociais a associando ao grupo de manifestantes que invadiu, no sábado (5), a Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos durante os protestos de repúdio ao assassinato do congolês Moïse Kabagambe.

Carol Dartora participou da manifestação no centro de Curitiba, mas diz que não estava entre os que entraram no templo religioso. O também vereador Renato Freitas (PT) integrou o grupo que invadiu a igreja e, por isso, virou alvo de três representações por quebra de decoro.

O padre Luiz Hass rezava uma missa e precisou interromper o culto diante da entrada dos manifestantes.

“O ato pedindo justiça por Moïse e Durval tinha como objetivo o combate ao racismo. Estão aproveitando a distorção de sua finalidade e dos fatos para me ameaçar. Não entrei na igreja, mas não julgo quem expressa sua indignação. Nenhum tipo de violência deve ser tolerada”, publicou a petista nas redes sociais.

Na sessão desta quarta, a vereadora reproduziu imagens dos ataques que recebeu.

As mensagens recebidas por ela a chamam, por exemplo, de “macaca fedorenta” e “preta safada”, os autores dos ataques afirmam ainda que a parlamentar “merecia estar na cadeia” e que ela “vai pagar pelo o que fez”.

A assessoria da parlamentar informou que o material será encaminhado ao Ministério Público.

Racismo

A vereadora criticou o uso político e a criminalização do protesto, que, afirmou, teve como objetivo denunciar o racismo e a violência contra o povo negro.

“Tenho sofridos várias acusações, tenho sofrido várias calúnias, tenho sofrido uma perseguição gigantesca, uma tentativa de atrelar o meu nome a algo que eu não estava fazendo, isso também devido ao racismo […] A violência racista é o que deveria nos causar tanta indignação”, disse.

Carol Dartora frisou estar sendo alvo de ataques por algo que não fez. “O que pesa aqui é o fato de ser preta, é o fato de ser negra, é isso que a sociedade criminaliza todos os dias”, disse.