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“Trafigata” é presa após violar monitoramento eletrônico em Curitiba

Defesa diz que violações foram "busca frenética" de Camila Marodim para se manter viva. Ela estava em prisão domiciliar desde o fim de 2021 e em janeiro sofreu um atentado.

Camila de Andrade Pires Marodim, apelidada de “trafigata” e acusada de tráfico de drogas na região de Curitiba, voltou a ser presa nesta quinta-feira (10). Ela estava em regime domiciliar desde o fim de 2021.

A prisão preventiva foi pedida pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) na terça-feira (8), que acusa Camila de violar as regras da tornozeleira eletrônica. Camila está presa na Delegacia de Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba.

Em nota, o advogado de Camila, Cláudio Dalledone, afirma que as violações da tornozeleira se devem à ” busca frenética” da acusada para se manter viva e lembra o atentato sofrido pela cliente em janeiro.

“A defesa de Camila Marodin confia no trabalho da Polícia Militar e da Polícia Civil do Paraná para identificar e prender os autores e possíveis mandantes da tentativa de homicídio contra ela”, diz a nota.

Camila é acusada de chefiar uma organização criminosa, ligada ao tráfico de drogas, que, conforme o MP-PR, mascarou o patrimônio de veículos de luxo e propriedades, avaliados em cerca de R$ 4 milhões. Em janeiro, ela escapou de um atentado em Curitiba.

Traficante sofreu atentado em janeiro, em Curitiba — Foto: Reprodução/Imagem cedida pela Policia Civil

Ao pedir o retorno da acusada para o regime fechado, o promotor Alfredo Andreazza Dal Lago afirma que “as medidas cautelares alternativas à prisão preventiva não se mostram adequadas e proporcionais à periculosidade concreta e a contumácia delitiva da acusada, sendo insuficientes para a garantia da ordem pública”.

No pedido de prisão, o MP-PR cita que a acusada violou quinze vezes o monitoramento eletrônico. Em seis vezes Camila teria saído do perímetro de monitoramento e em nove deixou o equipamento sem bateria.

Líder de organização criminosa

Camila de Andrade Pires Marodim é acusada de liderar uma quadrilha de mais de 30 pessoas – entre elas, um adolescente – que auxiliavam no esquema de tráfico de drogas, porte ilegal de armas de fogo e lavagem de dinheiro.

O grupo integrado por ela foi denunciado pelo MP-PR por comandar o tráfico de drogas na região de Curitiba e no litoral do Paraná. De acordo com a denúncia, Camila e o marido usavam “laranjas” para mascarar o patrimônio de veículos de luxo e propriedades, avaliados em cerca de R$ 4 milhões.

Em 31 de janeiro, em prisão domiciliar, ela sofreu um atentado a tiros, no bairro Alto Boqueirão, em Curitiba. O marido de Camila foi morto durante a festa de aniversário de um dos filhos do casal, em novembro do ano passado, poucos dias antes de ela ser presa na operação da PM.

Camila foi presa, em novembro do ano passado, em uma operação da Polícia Militar (PM) contra uma quadrilha responsável pelo tráfico de drogas. Nessa operação, uma pessoa morreu e 15 foram presas, contando com ela.