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Flamengo derruba o San Pablo Burgos e chega ao sonhado bicampeonato mundial de basquete

Na terra das pirâmides, a festa foi brasileira e rubro-negra. Com a autoridade que já havia mostrado na semifinal, contra o Lakeland Magic, o Flamengo derrubou o San Pablo Burgos e sagrou-se bicampeão mundial de basquete na Fiba International Cup. A vitória por 75 a 62 sobre os espanhóis, que defendiam o título do torneio, coroa uma aposta de mais de uma década na modalidade, que já rendeu sete títulos do NBB, dois títulos continentais e agora o sonhado topo do mundo pela segunda vez.

A partida foi especial para Olivinha. Aos 38 anos, o capitão rubro-negro, que viveu praticamente toda essa história, dono de seis títulos nacionais e único remanescente do primeiro título mundial, em 2014, foi o cestinha da partida, com 17 pontos, 3 rebotes e 2 assistências. Dos 17 pontos, 9 foram em cestas de três pontos.

— Que orgulho. Emoção, não tenho nem palavras para dizer o que estou sentindo. Só quero comemorar bastante. A gente lutou muito por isso. Desde o início da temporada colocamos (o título)como objetivo e hoje conquistamos o mundo de novo. O mundo é rubro-negro novamente.

Pelo lado do Burgos, o brasileiro Vitor Benite, ex-Fla, terminou com 14 pontos e 2 rebotes. O britânico-americano Tarik Phillip fechou com 11 pontos, uma assistência e 4 rebotes.

O mexicano Luke Martínez, que brilhou no terceiro quarto, foi o segundo principal pontuador rubro-negro: 15 pontos, 5 rebotes e 4 assistências. Acabou eleito MVP (melhor jogador) do torneio.

O Fla garantiu a vaga ao vencer a Champions League das Américas, enquanto o Burgos foi campeão da versão europeia do torneio. Nas semifinais, os caricas despacharam o Lakeland Magic, da liga de desenvolvimento da NBA, enquanto os espanhóis venceram o Zamalek, time anfitrião, do Egito. Horas antes da decisão, o Magic bateu os egípcios por 113 a 78 e ficou com a terceira colocação.

Agora, o rubro-negro volta ao Brasil para tentar o bicampeonato do NBB. O Fla é segundo colocado, com 17 vitórias em 19 jogos, atrás apenas do líder Franca.

FIBA

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O jogo

A volta do ala norte-americano Brandon Robinson, fora da semifinal por Covid-19, tornou a equipe de Gustavo de Conti mais agressiva. O Flamengo começou o jogo rodando bem a bola e com a seleção de arremessos calibrada. Robinson e Olivinha machucaram os espanhóis logo no início da primeira etapa com lindas bolas de três. Atordoado, o Burgos tentou equilibrar com um jogo mais físico no garrafão, mas seguiu sofrendo no perímetro e terminou o primeiro quarto 13 pontos atrás do rubro-negro.

No segundo quarto, o jogo ficou mais pegado. O forte garrafão dos espanhois, especialmente com Julian Gamble, tentou frear o ímpeto brasileiro. Rafa Mineiro, principal homem de garrafão do Flamengo, se aproximou do limite de faltas, à medida que a partida ia crescendo em contato. Mas o rubro-negro contou com um Olivinha inspirado da linha de três e um Yago encontrando soluções ofensivas no seu melhor estilo de basquete veloz. O jogo foi para o intervalo com o Fla vencendo por 45 a 29.

Se não conseguia dominar as ações no poste, o Flamengo achou novamente a solução no perímetro. O terceiro quarto teve os espanhois cortando parte da vantagem, mas também um festival de bolas de três rubro-negro. Luke Martínez, grande destaque do Flamengo na partida, fez duas, com Balbi e Yago aumentando a contagem. No quarto decisivo, entrou em jogo a experiência de De Conti e sua equipe. O Flamengo controlou o jogo, segurou a intensidade espanhola restante e fez o dever de casa no ataque. A emoção tomou conta da quadra nos segundos finais, o título era questão de tempo, e logo veio.

Pode comemorar, torcedor, o mundo é rubro-negro. De novo.

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