Hospital amplia leque de técnicas minimamente invasivas; paciente pode receber alta no mesmo dia
A equipe de Rádio Intervenção da Santa Casa de Maceió realizou, na última quinta-feira (10), sua primeira crioblação para o tratamento de um câncer no rim. Utilizando técnica minimamente invasiva, o tumor foi congelado e o paciente liberado no mesmo dia do procedimento. Com isso, a Santa Casa de Maceió fortalece seu nome no rol dos grandes hospitais do Brasil que oferecem uma oncologia personalizada e com diversos benefícios ao paciente oncológico.
Embora a crioablação seja mais indicada para pequenos tumores renais (até 4cm), ela também pode ser utilizada para o tratamento de alguns tipos de tumores nos pulmões e nos ossos. No procedimento, uma agulha oca, guiada por imagem, é inserida no tumor. O gás argônio que circula pela agulha congela o tumor e uma pequena quantidade de tecido normal ao seu redor. O tumor morre e com o tempo se transforma em tecido cicatricial que é absorvido pelo organismo. É um procedimento ambulatorial que leva em torno de duas horas para ser realizado. O paciente é mantido em observação por três horas e, em seguida, recebe alta hospitalar.
O paciente tratado no hospital alagoano tem 75 anos e seu caso atendia aos requisitos exigidos para o procedimento. “Ele já está em casa, recuperado, sem queixas, e sem pontos na pele. Uma das vantagens da técnica é que os pacientes mais idosos se beneficiam muito com esses procedimentos minimamente invasivos. Outro ponto importante é que quem precisava de técnicas avançadas tinha que ir para fora do Nordeste, já que não tínhamos essa tecnologia na região. A Santa Casa de Maceió chegou a esse nível de excelência trazendo os tratamentos mais avançados do mundo para o nosso estado”, disse o radiologista intervencionista, André Vitório.
Três meses após o congelamento do tumor, o paciente inicia o controle da doença com exames de imagem (tomografia ou ressonância magnética). Na segunda etapa, o controle é realizado a cada seis meses. Depois segue o controle anual por cinco anos, que é o tempo considerado de cura definitiva. Nas terapias ablativas existem outras indicações além dos tumores iniciais no rim. Uma metástase hepática, por exemplo, pode ser tratada através de ablação por radiofrequência, micro-ondas ou crioablação.
“São procedimentos que vieram para revolucionar a medicina, a oncologia, tudo isso para dar mais opções ao paciente que era tido como terminal. Antes ofertávamos a cirurgia, quimioterapia e radioterapia. Essa é mais uma opção. A crioablação é um tratamento curativo, sem necessidade de cirurgia para remover o tumor”, comemora o especialista.
Os radiologistas intervencionistas da Santa Casa de Maceió, André Vitório e Thiago Costa, junto com o especialista de Salvador, Bahia, Maurício Amoedo, conduziram o procedimento. Por enquanto, a crioablação está à disposição de pacientes conveniados ou particulares.