Em conversa com jornalistas após ter se encontrado com o líder russo Vladimir Putin nesta quarta-feira (16) em Moscou, o presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que a viagem da comitiva brasileira à Rússia foi uma “missão comercial e de paz”. Do ponto de vista comercial, Bolsonaro considerou que “o Brasil é dependente em grande parte de fertilizantes de outros países, e em especial aqui da Rússia”.
O presidente ressaltou que há interesse russo na venda dos produtos agrícolas, e que o Brasil “obviamente também tem grande interesse em adquirir”. Bolsonaro descreveu o encontro com Putin como “muito produtivo”, e que contou com “momentos de muita informalidade com certas particularidades”.
Ministros do governo brasileiro participaram de reuniões separadas, entre eles Walter Braga Netto (Defesa), Bento Albuquerque (Minas e Energia) e Carlos França (Relações Exteriores). Entre os assuntos tratados, Bolsonaro destacou “defesa, energia nuclear e certificação de combustíveis”.
“Realmente é bem mais que um casamento perfeito o sentimento que eu levo para o Brasil, e senti também, pela fisionomia e por aquilo que foi tratado até fora da agenda oficial com autoridades russas, em especial com o presidente Putin, que esse é o sentimento que ele também tem do Brasil”, destacou Bolsonaro.
Crise entre Rússia e Ucrânia
Diante das tensões no Leste Europeu e dos alertas feitos por países da Otan de que a Rússia planeja invadir a Ucrânia, o presidente brasileiro reforçou que “não entramos na questão específica de algumas questões regionais”.
Bolsonaro afirmou que o Brasil “é um país que apoia qualquer outro país e é solidário, desde que busquem a paz”.
“O Brasil é um país pacifista. O mundo e os países têm seus problemas regionais, aqui existe um problema e nós somos solidários com todo e qualquer país desde que o caminho para a solução desses impasses seja pacífico”, disse o presidente brasileiro.
De acordo com Bolsonaro, Putin é uma “pessoa que também busca a paz”. O presidente considerou que alguns países não queriam que a viagem da comitiva brasileira à Rússia acontecesse, mas que o país manteve a agenda e que “por coincidência ou não, parte das tropas deixaram a fronteira”.
“Há uma grande sinalização de que o caminho para a solução pacífica se apresenta no momento para Rússia e Ucrânia“, afirmou Bolsonaro.
Tragédia em Petrópolis
Bolsonaro anunciou que o governo federal irá liberar um crédito especial para atender às vítimas das fortes chuvas que atingiram a cidade de Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro. De acordo com a Secretaria de Defesa Civil, foram contabilizados 189 deslizamentos e 229 ocorrências, que resultaram na morte de pelo menos 66 pessoas.
No entanto, o presidente não revelou o valor do crédito que será disponibilizado. “Será um crédito suficiente para atender aquela cidade, crédito especial não pode ser pedido além do previsto para a recuperação”, afirmou.
Bolsonaro lamentou as mortes e disse que conversou com o ministro da Economia, Paulo Guedes, com Rogério Marinho, ministro do Desenvolvimento Regional e com o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro.
Segundo apurou a CNN, o presidente pretende visitar a região a exemplo do que fez em São Paulo, quando sobrevoou cidades atingidas pela chuva no início de fevereiro. A previsão é de que Bolsonaro volte ao Brasil após o encontro que terá com o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, na quinta-feira (17).