Um prédio residencial perto do segundo aeroporto de Kiev foi atingido por um míssil ou foguete no início do sábado (26), com imagens da cena mostrando um grande impacto cerca de dez andares acima, de acordo com o prefeito.
As paredes externas de vários apartamentos parecem totalmente destruídas. A fumaça ainda paira no ar. A causa não é clara.
Os serviços de emergência estão no local, e não há informações sobre vítimas, disse o prefeito Vitaliy Klitschko.
Em um tweet na manhã de sábado, o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, compartilhou uma foto do prédio danificado. “Kyiv, nossa esplêndida e pacífica cidade, sobreviveu a mais uma noite sob ataques de forças terrestres russas, mísseis”, escreveu ele. “Eu exijo o mundo: isole totalmente a Rússia, expulse embaixadores, embargo de petróleo, arruine sua economia. Parem os criminosos de guerra russos!”
O Ministério do Interior da Ucrânia divulgou imagens que mostram equipes de emergência ajudando a evacuar os moradores.
As fotos mostram várias unidades de apartamentos totalmente destruídas, suas paredes externas e janelas faltando – um buraco na lateral do prédio.
A calçada abaixo do prédio está cheia de detritos. Algumas janelas nos andares inferiores parecem quebradas, com danos semelhantes nos telhados baixos adjacentes.
Uma foto mostra dois socorristas carregando uma mulher para longe da cena, com outros trabalhadores correndo em segundo plano.
O Ministério da Defesa da Rússia disse que lançou ataques com mísseis de cruzeiro durante a noite contra alvos na Ucrânia – mas afirmou que visava exclusivamente a infraestrutura militar.
A declaração do ministério russo também afirmou que unidades das forças armadas russas assumiram o controle da cidade de Melitopol, no sudeste da Ucrânia.
Entenda o conflito
Após meses de escalada militar e intemperança na fronteira com a Ucrânia, a Rússia atacou o país do Leste Europeu. No amanhecer de quinta-feira (24), as forças russas começaram a bombardear diversas regiões do país – acompanhe a repercussão ao vivo na CNN.
Horas antes, o presidente russo, Vladimir Putin, autorizou uma “operação militar especial” na região de Donbas (ao Leste da Ucrânia, onde estão as regiões separatistas de Luhansk e Donetsk, as quais ele reconheceu independência).
O que se viu nas horas a seguir, porém, foi um ataque a quase todo o território ucraniano, com explosões em várias cidades, incluindo a capital Kiev.
De acordo com autoridades ucranianas, dezenas de mortes foram confirmadas nos exércitos dos dois países.
Em seu pronunciamento antes do ataque, Putin justificou a ação ao afirmar que a Rússia não poderia “tolerar ameaças da Ucrânia”. Putin recomendou aos soldados ucranianos que “larguem suas armas e voltem para casa”.
O líder russo afirmou ainda que não aceitará nenhum tipo de interferência estrangeira. Esse ataque ao ex-vizinho soviético ameaça desestabilizar a Europa e envolver os Estados Unidos.
A Rússia vem reforçando seu controle militar em torno da Ucrânia desde o ano passado, acumulando dezenas de milhares de tropas, equipamentos e artilharia nas portas do país. Nas últimas semanas, os esforços diplomáticos para acalmar as tensões não tiveram êxito.
A escalada no conflito de anos entre a Rússia e a Ucrânia desencadeou a maior crise de segurança no continente desde a Guerra Fria, levantando o espectro de um confronto perigoso entre as potências ocidentais e Moscou.