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Justiça nega pedido de liberdade para sargento da Marinha acusado de matar o vizinho negro em São Gonçalo

Aurélio Alves Bezerra, que assassinou Durval Teófilo Filho, está preso desde o início de fevereiro.

A Justiça negou nesta segunda-feira (7) um pedido de liberdade para o sargento da Marinha acusado de matar o vizinho negro a tiros quando ele chegava em casa em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio.

Reprodução

Durval Teófilo Filho (à esq.) foi morto na porta de casa pelo sargento da Marinha Aurélio Alves Bezerra (à dir.).

Aurélio Alves Bezerra, que assassinou Durval Teófilo Filho, está preso desde o início de fevereiro.

Segundo o juiz, o pedido foi indeferido porque houve alteração no quadro que ensejou a decretação da prisão. Entre os motivos da prisão estão a garantia da ordem pública e da preservação da integridade física e psicológica daqueles que deporão em juízo sobre o caso, além da garantia da aplicação da lei penal.

O Ministério Público do Rio (MPRJ) denunciou o sargento por homicídio doloso – quando há a intenção de matar – duplamente qualificado.

Segundo o MP, Aurélio cometeu o crime por motivo torpe e sem dar chance de defesa à vítima.

Inicialmente, o militar havia sido autuado por homicídio culposo (sem intenção) pela Polícia Civil. Após o Ministério Público pedir, e a Justiça acatar a mudança da tipificação do crime para doloso, a Delegacia de Homicídios, então, finalizou o inquérito como homicídio doloso, e encaminhou ao MP, que manteve a tipificação.

A pena para o crime pode variar entre 6 a 20 anos de reclusão.

Imagens de câmeras de segurança do condomínio em São Gonçalo onde o crime aconteceu (veja no inicio da reportagem) mostram o crime.

Pelas imagens, Aurélio chega de carro ao portão do condomínio. Durval, a pé, aparece a alguns metros do veículo do sargento e mexe em uma mochila – segundo a família, para pegar a chave do portão.

O militar efetua três disparos de dentro do carro e depois sai e se aproxima da vítima. Um deles atinge a barriga de Durval, que cai. O militar, então, se aproxima. Ao perceber o erro, ele socorre a vítima e a leva para o hospital, onde foi preso.

À PM, Aurélio disse que avistou um homem se aproximando de seu veículo “muito rápido”. Ainda segundo o depoimento, Durval chegou a dizer a Aurélio que era morador do mesmo condomínio.

Aos PMs, Aurélio informou também que “a localidade é perigosa e costuma ter muitos assaltos”.