O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), subiu o tom contra o que chamou “insensibilidade” da Petrobras. Na manhã desta quinta-feira, 10, a estatal anunciou um reajuste de até 25% no preço dos combustíveis. Pelas redes sociais, o parlamentar afirmou que o aumento é um “tapa na cara do país”. “Me causou espanto a insensibilidade da Petrobras com os brasileiros – os verdadeiros donos da companhia. O aumento de hoje foi um tapa na cara de um país que luta para voltar a crescer. Quem conhece o Brasil, além dos gabinetes e escritórios, sabe o peso de comprar um botijão de gás ou encher o tanque. Com o cenário global desafiador, até os governos mais ortodoxos estão avaliando como mitigar os impactos da pressão nos custos em todos os mercados”, escreveu Lira em uma sequência de três tuítes. A Câmara deve votar ainda nesta quinta o Projeto de Lei Complementar (PLP) 11, que cria uma alíquota única do ICMS para todo o país e muda a base de cálculo do imposto, que passará a ser um valor fixo sobre o litro e não mais um percentual sobre o valor médio cobrado dos consumidores.
O preço da gasolina sofreu alta de 18,8%, passando de R$ 3,25 para R$ 3,86 por litro. A alta do diesel foi ainda mais acentuada, de 24,9%, com o preço do litro subindo de R$ 3,61 para R$ 4,51. O gás teve alta de 16,1%, com o quilo passando de R$ 3,86 para R$ 4,48. No caso da gasolina, considerando a mistura de etanol anidro (27%) e de gasolina A (73%), para a composição do combustível comercializado, o preço para o consumidor passará de R$ 2,37 para R$ 2,81 a cada litro, representando uma variação de R$ 0,44 por litro. Já no diesel, que leva o biodiesel na mistura, o preço do litro no destino final passará de R$ 3,25 para R$ 4,06, variação de aproximadamente R$ 0,81. A disparada de preços do petróleo e de seus derivados como consequência da guerra entre Rússia e Ucrânia fez com que os valores dos combustíveis ficassem voláteis. Entretanto, a Petrobras optou por não repassar essa volatilidade do mercado de maneira imediata. Após observação diária, a Petrobras julgou necessário aumentar o preço de venda às distribuidoras para que o Brasil não corra risco de desabastecimento.
O preço médio do litro da gasolina nos postos deve passar de R$ 7 nos próximos dias com o reajuste de 18,8% às distribuidoras anunciado pela Petrobras na manhã desta quinta-feira, 10. O valor já é encontrado em diversas partes do país, segundo levantamento semanal da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), mas deve se tornar mais comum. A última pesquisa, com preços observados até o último sábado, 5, apontou para o valor médio de R$ 6,57. O aumento nas refinarias não deve ser repassado integralmente aos consumidores, mas somente parte desta alta já é suficiente para elevar substancialmente o preço nas bombas. Estudo da Necton Investimentos prevê o repasse de 11,6% aos consumidores, elevando o preço médio para R$ 7,33.