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Aposentadoria precoce, futuro no Palmeiras, seleção, Pedro e mais: veja os melhores momentos da entrevista de Abel Ferreira

Nesta última segunda-feira (21) o técnico do Palmeiras, Abel Ferreira, foi destaque na imprensa brasileira. Durante entrevista ao programa ‘Roda Viva’, da TV Cultura, o português abordou uma série de assuntos. Durante quase duas horas, o treinador falou sobre o seu futuro no Alviverde, se gostaria de assumir a seleção brasileira e até sobre uma possível aposentadoria precoce.

Logo na primeira pergunta, Abel foi questionado sobre o seu futuro no Palmeiras e foi sincero: revelará a sua decisão primeiro à ‘sua família’, como se referiu aos seus jogadores, antes de qualquer um. Assim como na resposta sobre a possibilidade de, no futuro ser técnico do Brasil. Segundo o português, ele não faz planos para o futuro, mas vive o presente, ou seja, o Alviverde.

Veja abaixo as principais respostas da entrevista do técnico Abel Ferreira:

Vai ficar no Palmeiras?

“Estou no Brasil sem minha família. Minha família são meus jogadores. Eles serão os primeiros a saber. Tenho proposta do Palmeiras para renovar, tive conversa com a Leila (Pereira) na sexta-feira (18). Tudo mentira quando dizem que recusei a proposta, que só renovo se tiver centroavante”, afirmou Abel, completando.

“Eu sou o que sou no Brasil eu devo a elas. Construímos uma verdadeira equipe, mais do que tática e técnica, é a relação. Além da família, eles (jogadores) serão os primeiros a saber. Ela está tomada, mas vou dizer primeiro a eles.”

Trocaria o Palmeiras pela seleção brasileira?

“Já treino um clube verde e amarelo. Periquito é amarelo e verde. Não faço planos a longo prazo. Vivo 100% aqui. Eu não faço planos à frente. Não é de minha forma de estar, vivo o momento. Se me perguntam há 3 anos se iria treinar o Palmeiras, iria responder da mesma maneira. Não é um assunto que controlo, não depende de mim”, disse.

“Não concordo que no futebol tenha um herói e um vilão. É uma crítica construtiva. Ganhamos todos e perdemos todos. Sou uma peça importante do carro. Uns dizem que sou a caixa de velocidade, outros dizem que sou a roda. São cinco pilares. Torcida, que se não tiver ao seu lado é melhor ir embora. Diretoria que sabe onde quer chegar, o que quer, sabe que vai passar por turbulência. Ter um estafe, às vezes o treinador não consegue utilizar os recursos ao seu dispor”, prosseguiu.

“Depois ter uma equipe técnica. Tenho quatro treinadores comigo. Eu os escolhi, continuam todos comigo. Credibilidade para construir demora muito, mas o primeiro a quebrar a confiança que temos vai embora. É um pacto entre nós. E o quinto pilar é o jogador, que são é o protagonista. Eles que jogam. Nós ajudamos a tomar as melhores decisões, mas eles que fazem acontecer”, finalizou.

Aposentadoria precoce

“O treinador é como médico clínico geral. Tem que saber tudo, mas não tem que ser especialista em nada. Eu gostaria de participar da reunião que o Palmeiras faz para vender camarotes. Se quiserem, daqui a quatro ou cinco anos, para conciliar, eu aceito (um cargo diretivo). Não penso em treinar muitos anos. É muito intenso. Minha mãe me ligou: ‘Está com a barba branca’. É muito intenso”, afirmou Abel, elegendo o calendário como inimigo do futebol brasileiro.

“Daqui até novembro, não vamos ter nenhuma semana limpa. Eu agora entendo alguns ex-jogadores. No jogo, eu vivo com intensidade, fora sou calmo. Preciso desse equilíbrio, calma, estar relaxado. Minha mulher diz que não. Eu penso que não vou ser treinador por muitos anos”, finalizou.

‘Ameaça’ feita aos jogadores do Palmeiras

“A verdade é que tenho que reconhecer que às vezes dá jeito é sair de uma competição e priorizar outra. No início, temos que brigar por tudo. Chegamos a uma altura que só tínhamos a Libertadores. Senti o grupo baixar a guarda: ‘Ok, faltam dois meses para a Libertadores, estamos fora da Copa, do Brasileiro, vamos esperar 15 dias para trabalhar para a final da Libertadores”, disse.

“Disse no livro. ‘Não vim passar férias’. Eu disse, se nós não ganharmos nada até o fim da temporada, eu vou embora. Não podíamos relaxar. Não iria preparar para a Libertadores em uma semana. Nos preparamos com os jogos do Brasileirão”, prosseguiu.

“Entendo o torcedor, contra o São Paulo, que o treinador trocou. Não perdemos porque troquei a equipe, foi porque o adversário foi melhor. Tinha que preparar para chegar na final com a máxima força. O resultado seria uma consequência. Quanto mais penso no resultado, mais nervoso fico”, finalizou.

Pedro, do Flamengo, no Palmeiras?

“Eu não falo de jogadores que não são nossos. É um bom jogador, para ver o nível do Flamengo, que tem o Pedro de fora. Estão bem servidos. Costumo dizer, é conhecimento público, nós fomos arranjando solução com Deyverson, Luiz Adriano, Rony, Veron. Gosto de jogadores rápidos, mas gosto de três características de centroavante. Um fixo, um rápido e um de profundidade, um Firmino”, disse.

“O Palmeiras, entendo os torcedores, estou ao lado deles, queremos e estamos à procura do melhor 9 para o Palmeiras. Mas se eu disser que todos os empresários ligam, querem trazer porque o clube paga funcionário, jogador, tudo em dia. Por isso quando falo do Palmeiras, os torcedores que me desculpem, não sou palmeirense de pequeno, mas quando cheguei tudo se encaixou. Princípios, valores, até os que picham o muro, preciso deles”, complementou.

Final do Mundial contra o Chelsea

“Chelsea e Palmeiras. Chelsea tem o melhor treinador do mundo, Palmeiras tem um ‘zé ninguém’ que não conheço. (Tuchel é) Considerado o melhor do mundo, eleito. Jogador de seleção, experiência de jogar fora, eu com os brasileiros, vocês viram como o Chelsea ganhou o City na Champions?”, disse.

“Vocês querem o quê? Meus jogadores têm humildade de saber que o Chelsea tem a técnica melhor. Não foi na tática, no mental e nem no física. Perdemos num pênalti que acontece, sem querer. Eu acho uma piada que aqui não têm humildade de reconhecer que o Chelsea é melhor que o Palmeiras. Se não reconhece, desculpa…”, complementou.