Polícia

Chacina de Guaxuma: Acusado admite conhecer criança sobrevivente, mas nega ter cometido o crime

Assassinatos aconteceram em 2015 e apenas um dos filhos do casal, de 5 anos na época, sobreviveu

O acusado de matar dois adultos e duas crianças da mesma família, em 2015, em Guaxuma, Litoral Norte de Maceió, no crime que ficou conhecido como “Chacina de Guaxuma”, negou que tenha cometido o crime, mas admitiu que o menino sobrevivente, de cinco anos na época, o conhecia.

Daniel Galdino Dias foi a júri popular, nesta quinta-feira, 24, e de acordo com informações repassadas pela Assessoria de Comunicação do Ministério Público Estadual (MPE), o réu atribui os assassinatos a um homem chamado Charles. Contudo, ele foi reconhecido, mesmo entre outros homens, pela vítima que conseguiu escapar.

Essa afirmação foi feita mesmo após a psicóloga, que acompanha a criança sobrevivente, prestar depoimento e declarar que o menino contou seis vezes a mesma história, sem entrar em contradição, que o réu foi quem matou à foice a família dele, o pai, Evaldo da Silva Santos, de 28 anos, a mãe, Jenilza de Oliveira Paz, de 27 anos, e os irmãos, Adrian Guilherme de Oliveira Santos, 2 anos, e Estérfany Eduarda de Oliveira Santos, 9 anos

A vítima sobrevivente, também foi atacada pelo réu, mas sobreviveu. Por isso, além dos quatro homicídios qualificados, Daniel Galdino está sendo julgado também pela tentativa de homicídio contra a criança.

Ascom MPAL

Ascom MPAL

Tese de acusação

O promotor do MPE, Frederico Monteiro explicou que a acusação trabalha a tese de que o crime foi premeditado pelo suposto autor.

Segundo a versão apresentada, a vítima, Evaldo da Silva, trabalhava também como catador de latinhas e teria sido atraída por Daniel Gualdino para exercer a atividade em uma “reggae” para o qual ele estaria indo.

Ainda no caminho e de caso pensado, o acusado teria desferido os golpes de foice que resultaram em sua morte. Como sabia que os filhos e a esposa da vítima sabia que eles haviam saído juntos, o homem teria retornado a propriedade, amarrado a esposa em uma viga de concreto e depois ido atrás das crianças, que ainda correram para se esconder em uma região de mata após o alerta da mãe. Contudo, o filho mais novo, de apenas dois anos, teria chorado e denunciado a localização deles. A intenção era não deixar testemunhas.

Dicom / TJ-AL

Depoimento da psicóloga

Algumas testemunhas de defesa foram ouvidas durante a sessão e, segundo a assessoria do MP, entraram em contradição em seus depoimentos.

Após oitiva das testemunhas foi feito um intervalo. No retorno haverá debate entre defesa e promotoria, réplica e tréplica e só depois o júri vai se resolver. Com o resultado da deliberação, o juiz fará a dosemetria da pena, em caso de condenação.

“A sociedade é quem vai dizer se absolve ou condena. Todo o júri acompanhou todas as orientações. Agora é confiar e aguardar”, explicou o juiz Geraldo Cavalcante Amorim, da 9ª Vara Criminal de Maceió que é quem conduz julgamento.

O julgamento foi iniciado às 9h e segue acontecendo com previsão de encerramento no Fórum do Barro Duro até às 22h.