Divulgação/TJ Brunno DantasMonique Medeiros duranta audiência no TJ
Monique Medeiros, mãe do menino Henry Borel, que deixou a cadeia no Complexo de Gericinó, na Zona Oeste, na noite desta terça-feira (5), colocou a tornozeleira eletrônica na manhã desta quarta-feira (6) na Coordenação de Monitoramento Eletrônico para cumprir prisão domiciliar.
Uma decisão judicial da 2ª Vara Criminal permitiu que ela fosse solta, mas determinou medidas cautelares. A mãe de Henry deixou a cadeia com uma calça jeans e uma camiseta branca, e foi recebida por um advogado que a conduziu para um carro particular, de onde saíram do local.
Monique não poderá voltar para a antiga residência, na Barra da Tijuca, onde o crime ocorreu.
Ela também está proibida de conversar com qualquer pessoa, exceto parentes e advogados. E não pode fazer postagens em redes sociais.
A decisão substitui a prisão preventiva por monitoração eletrônica de Monique, mas mantém Jairinho, o padrasto do menino Henry, preso.
Em seu texto, a juíza Elizabeth Machado Louro manifesta preocupação com ameaças sofridas por Monique dentro da cadeia e diz que a manutenção da prisão “não favorece a garantia da ordem pública”.
Ainda segundo a decisão, “fica, ainda, vedada à ré Monique, enquanto perdurar a monitoração, qualquer comunicação com terceiros – com exceção apenas de familiares e integrantes de sua defesa -, notadamente testemunhas neste processo, seja pessoal, por telefone ou por qualquer recurso de telemática, assim também postagens em redes sociais, quaisquer que sejam elas, sob pena de restabelecimento da ordem prisional”.
Individualização de conduta
A juíza ainda escreveu que a acusação não imputa utilização de “violência extremada” por Monique e que “não há nos autos nenhuma indicação de que a requerente tenha visto sequer qualquer dos atos violentos”. Portanto, segundo a decisão, a soltura de Monique individualiza sua conduta “para fins de avaliar a necessidade ou não de manter a prisão cautelar nos termos em que foi decretada no início do processo”.
Mas a decisão da juíza contraria recomendação do Ministério Público. O promotor Fábio Vieira dos Santos disse que Monique não poderia ser beneficiada pela medida porque, segundo o MP, ela é uma das responsáveis pela morte do seu próprio filho Henry Borel. O MP informou que vai recorrer.
O que dizem as defesas e o pai de Henry
Henry de 4 anos morreu no dia 8 de março de 2021 e, de acordo com a denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), foi vítima de torturas realizadas pelo então vereador Dr. Jairinho. Monique também responde por homicídio triplamente qualificado, tortura e coação de testemunhas.
Monique e Jairinho foram presos em abril do ano passado. Como o g1 noticiou, o convívio entre presas com as quais Monique dividiu a cela no Complexo Penitenciário de Gericinó, revelou à gestão da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) uma série de denúncias de episódios de violência, acusações e ameaças pelas detentas.