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Adolescente registra fotos da lua cheia com celular e impressiona professor: ‘Nem eu consigo’

Helen Belmonte é orientada pelo professor do Observatório Didático de Astronomia da Unesp de Bauru (SP), Rodolfo Langhi, em um projeto sobre meteoros. Fotos da lua cheia foram feitas no último sábado (16).

Helen Belmonte fez foto da lua cheia no horizonte em Itapagipe (MG) no sábado (16) — Foto: Helen Belmonte/Arquivo pessoal

O professor do Observatório Didático de Astronomia da Universidade Estadual Paulista (Unesp) do campus de Bauru (SP) se encantou com o resultado final de um trabalho de uma orientanda para o programa de iniciação científica de ensino médio.

Helen Belmonte, de apenas 14 anos, é estudante do primeiro ano do ensino médio e moradora de Santa Bárbara d’Oeste (SP). Devido à paixão pela astronomia, começou a ser orientada remotamente pelo professor do observatório, Rodolfo Langhi, em um projeto sobre meteoros.

“Pessoalmente, a astronomia, dentre as ciências, é a mais fascinante, pois abrange a imensidão do universo, tão pouco explorada por nós. Mesmo sendo seres tão pequenos quando comparados à inimaginável dimensão do cosmos, muitas vezes deixamos com que o céu e seus mistérios passem despercebidos, sem nos preocuparmos em entender a origem das magníficas estrelas, as fases da lua, que ilumina nossa noite, ou mesmo de nosso lugar no universo e tudo que há para ser encontrado fora de nosso planeta”, declara Helen sobre o estudo do universo.

No último sábado (16), ela deu mais uma demonstração do seu olhar atento aos astros. Enquanto visitava parentes em Itapagipe (MG), Helen registrou a lua cheia no horizonte com o uso apenas de um celular acoplado em um telescópio artesanal construído para venda, cujo nome é Telescópio Cosmos.

“Fiquei tão impressionado com o esforço dela e com o resultado obtido com essas fotos, que disse a ela que as divulgaria. Nem eu consigo fazer fotos da lua assim”, diz Rodolfo.
Além de “bonito por natureza”, o registro carrega o simbolismo da primeira lua cheia após o equinócio de outono. A data é importante porque influencia diretamente na escolha do domingo que abriga a Páscoa, uma vez que a celebração acontece no primeiro domingo após a lua cheia seguinte ao equinócio de março.

Em 2022, o equinócio aconteceu no último dia 20, quando teve início o outono no hemisfério sul e a primavera no hemisfério norte. Como já previsto, a lua entrou em sua fase cheia no sábado e, por isso, o dia 17 foi o “eleito” para abrigar a celebração.

“Sempre que tenho oportunidade, monto meu telescópio para observar a lua e outros astros, e sabendo da lua cheia do dia 16 de abril procurei acompanhar quando ela surgiria no horizonte leste. Quando vi o local em que eu estava, próximo ao Rio Grande, em Itapagipe (MG), surgiu a ideia de fotografar o momento em que o astro nasceria, juntamente com o pôr do Sol que acontecia no horizonte oposto, a oeste”, explica Helen.
“Assim que tirei a foto, aproveitei o momento para admirar o quão magnífico era o cenário em que eu estava, com o sol se pondo em um horizonte e a lua nascendo no outro. Senti-me orgulhosa com as fotos e admirada com a vista da lua, que se destacava em meio às árvores longínquas no horizonte”, completa a estudante.

Helen já havia sido aluna do professor no primeiro curso de Astronomia: Aprenda a Ler o Céu, em 2021. Segundo Rodolfo, o segundo módulo termina em maio deste ano. Apesar da curiosidade pelo desconhecido, algo parece já conhecido e certeiro para a menina de 14 anos: a paixão pela astronomia.

“Gosto de astronomia desde o primeiro contato que tive com o assunto, nas aulas do 5º ano do ensino fundamental, mas apenas passei a me aprofundar nos estudos do universo no 9º ano, quando retomamos o assunto em aula e entrei no curso de Astronomia Observacional do professor Rodolfo Langhi, que contribuiu para que minha paixão acerca dos estudos dos fascínios do céu crescesse ainda mais. Sonho em me formar em astronomia e futuramente trabalhar nessa área”, afirma Helen.