Defesa diz que 'indiciamento é ato discricionário'. A investigação na Polícia Civil de Barueri começou em 2020, a pedido do MP, após o recebimento de denúncias de estupro, tráfico de pessoas e favorecimento à prostituição.
A Polícia Civil indiciou e pediu a prisão preventiva, nesta quinta-feira (28), do empresário Saul Klein, por crimes sexuais contra 14 mulheres. Outras nove pessoas suspeitas de envolvimento nos crimes também foram indiciadas.
O empresário foi indiciado pelos crimes de organização criminosa, redução à condição análoga à escravidão, tráfico de pessoas, estupro, estupro de vulnerável, casa de prostituição (manter estabelecimento próprio em que ocorria exploração sexual), favorecimento à prostituição ou qualquer tipo de exploração sexual de criança, ou de adolescente, ou de vulnerável.
O caso agora vai para análise do Ministério Público (MP).
Começo da investigação
Saul Klein tem 68 anos e é filho de Samuel Klein, fundador das Casas Bahia, que morreu em 2014. A Via, atual proprietária das Casas Bahia, informou que Saul nunca possuiu qualquer vínculo ou relacionamento com a companhia. Saul vendeu sua parte societária em 2009 e só em 2010 a Via assumiu a gestão da rede de lojas. A companhia informou ainda que é uma corporação sem acionista controlador ou bloco de controle definido.
A delegada Priscila Camargo, titular da Delegacia de Defesa da Mulher de Barueri, na Grande São Paulo, afirmou que o inquérito tramita há mais de 15 meses e ainda há outras pessoas a serem indiciadas.
A investigação na Polícia Civil de Barueri começou em 2020, a pedido do MP, após o recebimento de denúncias de estupro, tráfico de pessoas e favorecimento à prostituição.
O que diz a defesa
Advogado de defesa de Klein, André Boiani e Azevedo disse que o “indiciamento é um ato discricionário da autoridade policial que não vincula os demais atores processuais”. “Saul e sua defesa técnica respeitam o posicionamento da Polícia Civil, mas entendem que a análise atenta e isenta dos elementos do inquérito levará o Ministério Público e o Judiciário a concluírem por sua inocência”, afirmou.
Segundo a advogada Priscila Pamela dos Santos, que defende as 14 vítimas, “são muitos os elementos que comprovavam a prática do crime”.
“O processo demorou dois anos, pois eles aguardaram juntamente com as investigações, o grupo do projeto justiceiras, que fez acompanhamento e acolhimento das vítimas, que precisava de ‘alguns desfechos’. A delegada entendeu a prática dos crimes por parte dos envolvidos, e indiciou Saul Klein”.