O Instituto de Criminalística da Polícia Científica do Estado de Alagoas é mais uma vez destaque nacional na produção de conhecimento científico na área forense. O perito criminal Gerard Deokaran irá apresentar dois trabalhos no XXVI Congresso Nacional de Criminalística que será realizado entre os dias 17 e 20 de maio na Expo Dom Pedro, em Campinas, no Estado de São Paulo.
Gerard Deokaran explicou que o evento terá a exposição de tecnologias e de trabalhos aplicados à criminalística. Ele passou por um processo de seleção, concorrendo com outros trabalhos, até receber a notícia que teve os dois trabalhos acatados pela comissão avaliadora do evento.
Um dos projetos aprovados foi sobre a Detecção de explosivos nitroaromáticos por extinção de fluorescência de nanofibras eletrofiadas de policaprolactona e fluoreno (bistiofeno) utilizadas como sensores. A pesquisa foi desenvolvida pelo Laboratório de Eletroquímica, Polímeros e Ciências Forenses da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) em parceria com a Polícia Científica de Alagoas, Polícia Federal, Unicamp, Universidade Federal de Pernambuco e Instituto Federal de Alagoas.
Esse trabalho foi publicado na revista científica Forensic Science International em 2021, sendo de grande importância para a Polícia Científica pois foi a primeira vez que o nome da Instituição foi mencionado em uma revista de relevância Internacional, com Qualis CAPES A2.
Durante a pesquisa, eles concluíram que o sensor proposto pelo grupo apresentou excelente resposta para detecção de explosivos nitroaromáticos, fornecendo assim uma estratégia conveniente e econômica com aplicações forenses em Perícias de Explosões
“O sensor proposto foi testado com sucesso durante a realização do simulado do Plano de Defesa realizado pela Secretaria de Segurança Pública de Alagoas, ocorrida nos municípios de Arapiraca e Palmeira dos Índios no último mês de março”, explicou o perito.
O segundo trabalho que será apresentado está relacionado ao estudo de um caso real de Perícia de Explosão com vítima fatal, realizado em 29 de agosto de 2021 no município de Ibateguara. A explosão foi causada por indevido armazenamento e instabilidade química de explosivos pirotécnicos.
“Nesse trabalho mostrei o resultado dessa perícia, onde concluí que o local era inapropriado para produção e armazenamento de explosivos e que a iniciação da explosão foi por excitação térmica no momento em que a vítima estava colocando os explosivos no veículo em funcionamento. A perícia apontou como as causas mais prováveis da explosão o indevido armazenamento e a instabilidade química dos rojões encontrados no local que, ao entrar em contato com os gases do escapamento do veículo, explodiram.”, afirmou Gerard Deokaran.