Um homem de 32 anos foi baleado e morto na noite de quinta-feira (12) na avenida Rio Branco, próxima à região da Cracolândia, no centro de São Paulo.
Segundo informações da Secretaria de Segurança Pública do estado, houve um conflito entre moradores de rua e a Polícia Militar foi acionada.
Uma testemunha moradora da região entrou em contato com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e acusou um policial militar pelo disparo, segundo boletim de ocorrência registrado na madrugada desta sexta-feira (13).
“Perguntada se saberia indicar quem efetuou o disparo, a testemunha respondeu que o disparo partiu de um Policial Militar que estava atrás de uma viatura e que havia outros dois Policiais ao lado na ocasião”, diz o boletim registrado no 2º Distrito Policial, no Bom Retiro, responsável pela investigação.
O BO foi registrado pela advogada Juliana de Almeida Valente, da Comissão de Direitos Humanos da OAB do estado..
O Padre Júlio Lancelotti, da Pastoral do Povo da Rua, também contesta a versão oficial.
“É uma mentira deslavada dessa Polícia (sobre ser briga entre os moradores). Como alguém tinha arma lá se as armas foram levadas na operação?”, questiona o pároco, em referência à operação ocorrida dois dias antes, na quarta-feira (11). O padre disse que irá à região conversar com moradores e testemunhas.
Segundo a SSP, o homem morto tinha passagens pela polícia por roubo e tráfico. A investigação pelo homicídio é conduzida pela Polícia Civil, que está analisando as imagens da ocorrência feitas por moradores da região, segundo nota da SSP.
A Prefeitura de São Paulo afirmou em nota que planeja dar atendimento a usuários de crack que passam pela delegacia da região da Luz.
“A Prefeitura estuda a instalação de uma tenda com equipe de saúde como uma ação estratégica de abordagem a usuários de drogas que eventualmente são envolvidos em ocorrências policiais”, afirma a nota.
Ainda de acordo com o comunicado da administração municipal, “a ideia é que, ao serem liberados pelas autoridades, essas pessoas podem ser sensibilizadas pelas equipes de saúde antes de retornarem ao ciclo de uso de drogas em grupos, o que diminui a possibilidade de aceitação de serviços terapêuticos e de assistência social.”