Um gatinho que faz parte de uma família em Palmas se recupera após ter sido baleado. Mingau foi vítima de maus-tratos dentro do condomínio em que mora. A tutora do animal, Liliane Catia, registrou o caso na polícia. Ela conta que esta foi a terceira vez que o animal quase morreu em ataques violentos.
“Ele sofreu muito, teve que passar por um procedimento. Está com uma infecção bem grande, tomando medicações. É um sofrimento para nós, pra mim que gosto do meu animalzinho, meu esposo. E é um sofrimento dobrado porque atinge nossas filhas”, disse Liliane.
A tutora conta que há dois anos moradores do prédio expressam comportamentos violentos em um grupo do condomínio. A situação ficou ainda mais grave depois que ameaças terminaram em lesões e mortes.
“Uns falavam assim: ‘ah, sujou o jardim, vamos brincar de atirar com estilingue’. ‘Ah não, uma arma resolve. Se não tem arma de fogo, compra uma de pressãozinha. Eu tenho uma espingarda de pressão para te emprestar'”, contou a Liliane.
A psicóloga e tutora de Mingau levou o caso à polícia depois que ela e outras famílias do prédio ficaram preocupadas. “Uma pessoa que comete maus-tratos previamente pensado, como vem sendo, com um animal indefeso, pode fazer isso com um ser humano também, se estiver embriagado, nervoso ou for contrariado”, disse.
Liliane descobriu que seu animal não foi o único do condomínio a ser vítima de agressores. Outro gatinho foi encontrado morto em uma das ruas do condomínio, aparentemente vítima de um tiro. Abalada, a família não quis falar sobre o caso.
Há relatos de que, recentemente, pelo menos quatro gatos sofreram maus-tratos dentro do condomínio. Os moradores querem que a polícia investigue a situação e que identifique os criminosos responsáveis pelos ataques.
A advogada Renata Esteves explica que o crime tem punição. “Nós temos uma Lei federal que ela traz uma penalidade que foi, inclusive, aumentada no ano de 2020, que traz, além da perda da guarda, multa e também uma pena de reclusão de 2 a 5 anos”, disse.
Mariana Almeida, que é voluntária e protetora de animais, já retirou centenas de cães e gatos de situações de vulnerabilidade. Ela cobra mais consciência dos vizinhos. “Gatos são animais domésticos, super carinhosos. As pessoas precisam tirar esse preconceito e conhecer o amor de um bichinho para realmente tratá-los bem”, disse.
O condomínio onde os maus-tratos foram registrados disse que repudia todo tipo de violência contra animais. Disse ainda que já está em fase de implantação o aumento de monitoramento e vigilância no local.
A Polícia Civil foi procurada para comentar o caso, mas não se posicionou até a última atualização desta reportagem.