Proprietários de bares, motéis, pousadas e postos de combustíveis foram orientados sobre as punições cíveis e criminais, além de receber cartazes e panfletos
A 1ª Vara Cível de Rio Largo (Infância e Juventude) com apoio do Creas, do Conselho Tutelar e do Conselho Municipal de Rio Largo, promoveu uma ação para conscientizar e orientar proprietários de motéis, pousadas, bares e postos de combustíveis, sobre violência sexual contra menores, nesta quarta (18).
A atividade faz parte da campanha referente ao Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. Cerca de 22 estabelecimentos foram sensibilizados, recebendo cartazes e panfletos.
A assistente social Clara Morgana explicou que esses tipos de estabelecimentos foram escolhidos por serem mais suscetíveis à ocorrência do crime, que é potencializado por questões estruturais da cidade.
“No nosso município está o aeroporto internacional, nós somos cortados por uma BR, nós temos estações de trem e tudo isso facilita a prática de exploração sexual. Estamos fazendo um trabalho de sensibilização, um trabalho sócio-educativo, ao orientar sobre o que é a violência sexual”, ressaltou Clara.
Antônio Tomás, proprietário do Toba’s Bar, apontou que a ação também é uma forma de defender o próprio estabelecimento. “A gente que é dono de um negócio desse, tem que ter muito cuidado. É muito importante vocês fazerem um trabalho desse, para evitar trazer problemas para dentro do estabelecimento”, afirmou.
Maria Cícera, funcionária do Motel Amor e Dengo, também apoiou a campanha. “Essa ação é importante e deveria ter sempre. O importante é não deixar as crianças passarem por isso, elas não devem estar nesses lugares. Os comerciantes devem ser rígidos, sempre pedindo documentação e proibindo a entrada de menores de idade”, afirmou.
Erikson Calheiros, do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Rio Largo, explicou que crianças e adolescentes podem ser levadas a frequentar esses locais, o que é proibido por lei. “A atuação dos comerciantes é importante na seguridade dos direitos dessa população”, disse.
Clara Morgana enfatizou a responsabilidade dos comerciantes no combate a violência sexual contra o público infanto-juvenil. “A partir do momento que os responsáveis dos estabelecimentos vestem a camisa e abraçam essa causa, eles também se tornam fiscalizadores, ao denunciar e procurar as autoridades para inibir tal ação”, apontou.
Os comerciantes também passaram por uma orientação geral e quais são as punições cíveis e criminais para quem comete a prática e para quem facilita, pois o simples fato de saber que acontece e não tomar nenhuma providência também é crime.