A investigação foi solicitada depois da repercussão do comentário feito pelo cantor sertanejo Zé Neto, da dupla com Cristiano, durante um show em Sorriso, no norte do estado, no dia 13 de maio. Na ocasião, ele criticou a Lei Rouanet e a cantora Anitta.
“Nós somos artistas que não dependemos de Lei Rouanet, nosso cachê quem paga é o povo. […] A gente não precisa fazer tatuagem no ‘toba’ para mostrar se a gente está bem ou não. A gente simplesmente vem aqui e canta, e o Brasil inteiro canta com a gente ”, declarou.
O procurador-geral de Justiça de Mato Grosso, José Antônio Borges Pereira, diz que serão investigados os seguintes municípios: Gaúcha do Norte, Porto Alegre do Norte, Figueirópolis D’Oeste, Sorriso, Nortelândia, Salto do Céu, Alto Taquari, Novo São Joaquim, Nova Mutum, Sapezal, Canarana, Acorizal, Brasnorte, Água Boa, São José do Xingu, Vera, Barra do Garças, Juína, Querência, Bom Jesus do Araguaia, Santa Carmem, Matupá, Nova Canaã do Norte e Novo Horizonte do Norte.
No caso do município de Sorriso, que também teria patrocinado eventos musicais, o encaminhamento foi feito à 1ª Promotoria de Justiça Cível da comarca.
Apesar de criticar o uso de verba pública, a dupla sertaneja Zé Neto e Cristiano foi contratada pela prefeitura para a festa de 36 anos do município.
No pedido de apuração, Borges determina “a remessa de cópia integral do procedimento gerado a todos os Promotores de Justiça que detenham atribuição na defesa do patrimônio público e da probidade administrativa nas comarcas citadas (…), para conhecimento e providências (…)”.
Entenda a polêmica
A declaração de Zé Neto gerou polêmica nas redes sociais, e ele chegou a se desculpar pela fala. Logo após afirmação de Zé Neto no show, porém, veio à tona a informação de que a apresentação da dupla na cidade mato-grossense custou R$ 400 mil e foi paga pela prefeitura da cidade.
Nos últimos dias, foram os shows de Gusttavo Lima que ficaram sob escrutínio. Diversos veículos de imprensa noticiaram que o cantor, que já se manifestou a favor de Bolsonaro, foi contratado pela Prefeitura de São Luiz, no interior de Roraima, por R$ 800 mil.
A cidade tem pouco mais de 8 mil habitantes. Na semana passada, a prefeitura de Conceição do Mato Dentro, em Minas Gerais, cancelou o show que o cantor faria na cidade e que foi contratado por R$ 1,2 milhão.
Em vídeo, o prefeito da cidade, José Fernando Aparecido (MDB), diz ter cancelado o show após se ver envolvido no que chamou de “guerra política”.