O delegado Sidney Tenório, que assumiu a titularidade da Delegacia de Crimes Cibernéticos, da Polícia Civil de Alagoas, alerta a população para um aumento no registro de casos de um novo golpe envolvendo o aplicativo WhatsApp.
Depois de as vítimas terem adotado cautelas para evitar a clonagem de seu perfil (com a verificação em duas etapas), os golpistas agora estão adotando outra técnica, que usa informações vazadas de bancos de dados.
Num dos casos, a vítima relatou que parentes próximos receberam uma mensagem pelo WhathsApp de um número de telefone diferente, mas que usava a sua foto. Logo no primeiro contato, a alegação era de que havia trocado de “chip”, pedindo para salvar o novo número e, em seguida, solicitava transferências de dinheiro.
Ao contrário do que pensa a maioria das vítimas, o golpe não é dado por alguém próximo, já que o golpista teria alguns contatos e sabia até o grau de parentesco da pessoa a quem estava pedindo dinheiro. “No primeiro momento é o mais lógico a se pensar. Mas não é bem assim. Existem sites ilegais que os golpistas assinam e têm acesso a uma lista vasta de dados, como nome, telefone, cpf, rede de contatos mais próximos e outras informações”, explicou Sidney Tenório.
Como evitar o golpe
As dicas para evitar esse golpe são simples. A primeira delas é evitar deixar fotos de redes sociais abertas para todos os usuários. Isso evita que o criminoso salve suas fotos e use no perfil falso que será criado com um novo número, dando mais credibilidade ao golpe.
É justamente por isso, que os golpistas se passam muito por pessoas públicas para tentar aplicar esses golpes, já que elas têm muitas fotos divulgadas na internet e que são facilmente encontradas nos sites de busca.
“Mas a principal dica é dada justamente para quem recebe algum pedido de transferência de dinheiro, pagamento de boletos ou qualquer repasse monetário pelo WhatsApp. Antes de fazer a transação certifique-se que é mesmo a pessoa. Faça uma chamada de vídeo, diga que quer falar pessoalmente. Caso se neguem ou deem uma desculpa, não faça a transferência. Depois que o dinheiro sai da conta, é quase impossível recuperá-lo”, explicou Sidney Tenório.
Registre a ocorrência
A pessoa que tiver tido seus dados utilizados pelo golpista e aquelas que eventualmente tenham caído no golpe e tido prejuízo financeiro devem registrar um boletim de ocorrência. A primeira não tem qualquer culpa por terem usado sua foto e seus dados para pedirem dinheiro a terceiros, mas deve se resguardar disso, informando às autoridades do que está acontecendo.
Já quem efetivamente caiu no golpe deve procurar a polícia para dar elementos que possam subsidiar uma investigação. “Estamos diante de um crime de estelionato e a atribuição para apurar o crime é da delegacia distrital do domicílio da vítima. Não se trata de um crime propriamente cibernético, ainda que tenha sido praticado utilizando-se de uma rede social”, frisou o delegado, explicando que este é um equívoco comum.
Sidney Tenório lembrou ainda que as vítimas podem fazer o boletim de ocorrência através da Delegacia Virtual, no endereço https://delegaciavirtual.sinesp.gov.br/portal/ ou pelo telefone 3315-2282, que funcionam 24 horas.