A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) informou nesta quarta-feira (8) que a conta de luz pode ficar em média 12% mais barata se o projeto que limita o ICMS for aprovado pelo Congresso Nacional.
O Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços é um tributo estadual e compõe o preço da maioria dos produtos vendidos no país e é responsável pela maior parte dos tributos arrecadados pelos estados.
A proposta limita a cobrança do imposto sobre combustíveis, energia, gás natural, transporte coletivo e telecomunicações e já foi aprovada pela Câmara dos Deputados e agora está em análise no Senado.
“A estimativa do efeito dessa medida é de uma redução média de 12%, que vai variar para cada estado”, informou a Aneel nesta quarta.
De acordo com dados apresentados pela agência em maio, 30,5% do valor total das contas de luz correspondem a tributos, sendo:
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), participou de reuniões com representantes dos estados nesta terça (7) e nesta quarta (8) para discutir a proposta.
Governadores criticam o projeto do ICMS, afirmando que, se aprovado, o texto causará perda na arrecadação.
Secretários estaduais de Fazenda estimam que essa perda fique em torno de R$ 100 bilhões.
O projeto em discussão no Senado estabelece um teto para a cobrança do ICMS porque classifica os produtos relacionados a combustíveis, energia elétrica, comunicações e transporte coletivo como bens e serviços essenciais.
Esta classificação proíbe estados de cobrarem ICMS superior à chamada “alíquota geral”, que varia de 17% a 18%. Hoje, esse percentual chega a 30% em alguns estados.
Por isso os governadores dizem que, se aprovado, o projeto em discussão no Congresso causará perda de arrecadação.
Na última segunda (6), o governo federal anunciou um plano de compensação aos estados se o projeto do ICMS passar no Senado.
O plano prevê, em linhas gerais:
A diretoria colegiada da Aneel se reuniu nesta terça (7) e, durante a reunião, os diretores disseram que o projeto pode reduzir as tarifas de energia.
Ainda durante a reunião, a diretora-geral substituta da Aneel, Camila Bomfim, disse que a proposta “vai trazer, de fato, uma grande redução na conta de energia para consumidor final”.
Segundo o diretor Hélvio Guerra, alguns fatores que pesam no cálculo da tarifa têm origem em leis aprovadas pelo Congresso, mas concordou que o projeto do ICMS pode resultar em reduções nas tarifas de energia.