Política

Pacheco diz não ver fatos para CPI da Petrobras: ‘Podemos encontrar mecanismos mais efetivos no Legislativo’

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse ao blog nesta segunda-feira (20) que não “antevê” suspeita de prática criminosa para uma CPI da Petrobras, como quer o presidente Bolsonaro e o presidente da Câmara, Arthur Lira.

“Vejo com reserva nesse fato específico. CPI é para casos muitos excepcionais e fatos constituídos. Nesse caso, não antevejo de pronto práticas criminosas”, diz Pacheco.

Para ele, antes de CPI, é preciso discutir medidas legislativas, como a reversão de lucros da estatal para “ajudar a população”.

“Não tem dicotomia Petrobras versus União. Precisamos buscar a estabilização. Tem lucro desmedido? Então vamos reverter – claro, sem atingir os acionistas minoritários – mas vamos reverter para ajudar quem precisa. Estabilidade em primeiro lugar. Podemos encontrar mecanismos mais efetivos no legislativo do que a CPI”, avalia.

Pacheco ficou de conversar com Lira nesta segunda, em Brasília, sobre as medidas legislativas que a Câmara está propondo para conter a alta nos combustíveis. Entre elas, a política de preços da Petrobras e também dobrar a taxa de lucro da estatal.

Desde sexta, Bolsonaro tem insistido na ideia de uma CPI para investigar diretores da Petrobras. Lira apoia a ideia, mas uma ala de aliados do presidente Bolsonaro vê pouco efeito prático do ponto de vista eleitoral em uma CPI para aliviar o bolso do consumidor com os combustíveis.

A expectativa do governo é a de que o presidente da Petrobras, José Mauro Coelho, renuncie nesta segunda-feira (20) – o que ele foi pressionado a fazer diretamente, na semana passada, por Lira e Ciro Nogueira, ministro da Casa Civil. Sua saída tiraria pressão do discurso da CPI.

Por isso, o discurso de CPI é apenas mais uma narrativa e tentativa de terceirizar a responsabilidade pela alta nos preços do que qualquer outra coisa.