Pessoas ligadas a delegada dizem que ela saiu do banho e foi surpreendida com a presença de Monique.
O Presídio Santo Expedito, em Bangu 8, foi palco de uma confusão com a chegada de Monique Medeiros, mãe do menino Henry, na última quinta-feira (1). A delegada Adriana Belém, presa por suspeita de envolvimento com a quadrilha do bicheiro Rogério Andrade, não aceitou a chegada da presa e exigiu sua saída, o que acabou acontecendo.
Pessoas ligadas a delegada dizem que ela saiu do banho e foi surpreendida com a presença de Monique. A delegada argumenta que a cela em que ela se encontra é “classificada como de estado maior, a qual só faz jus a profissionais de segurança pública”.
Pessoas ligadas a delegada dizem que a cela foi improvisada e reformada para a custodiar a delegada porque no Rio de Janeiro não existe cadeia para custodiar mulheres policiais, ao contrário de homens que possuem cadeia própria. Ainda segundo a argumentação da delegada, a separação de outros presos é importante para garantir o isolamento dela contra pessoas que já foram investigadas por ela.
Após discussão acalorada no local, Monique acabou sendo transferida para outra cela.
A Seap confirmou que houve a transferência de Monique para uma cela com outras detentas e que Adriana Belém tem direito de ficar isolada de outras presas que não são da área de Segurança Pública. À princípio houve uma avaliação de que Monique não oferecia risco à Adriana, mas posteriormente ela foi transferida.
Essa semana, a justiça manteve as prisões de Adriana e do também delegado Marcos Cipriano, presos na Operação Calígula.
Histórico de transferências
O retorno de Monique para o Santo Expedito é a quarta transferência da professora desde sua prisão em 8 de abril de 2021, por suspeita de envolvimento na morte do filho. A professora, que atualmente é ré no caso, foi levada inicialmente para o Presídio Santo Expedito, no Complexo de Bangu.
Depois de relatar que sofreu ameaças de outras presas, Monique foi levada praa o Instituto Penal Oscar Stevenson, em Benfica. Lá, presas afirmaram em depoimento que a própria interna relatou ter tido “atos libidinosos” com um advogado dentro da cadeia. A Secretaria de Administração Penitenciária (Seap-RJ) abriu um procedimento para investigar os relatos.
Em abril, a Justiça mandou soltar Monique, com o cumprimento de medidas cautelares, como o uso de uma tornozeleira eletrônica.
Esta semana, o desembargador Joaquim Domingos de Almeida Neto, da 7ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio, determinou que Monique volte para a cadeia.
Ela foi levada inicialmente para o Batalhão Especial Prisional, em Niterói, e posteriormente transferida de novo para o Santo Expedito.