Francês denunciado por ameaças e ofensas racistas empurra repórteres na saída de delegacia

Médico francês Gilles David Teboul foi agressivo com os jornalistas após entregar o passaporte na última quinta-feira (7) para a Polícia Civil. Ele é investigado por agressão e racismo contra o porteiro de um prédio em Copacabana. — Foto: Reprodução/ TV Globo

O médico francês Gilles David Teboul foi agressivo com os jornalistas na saída da delegacia na noite desta quinta-feira (7), após entregar o passaporte para a Polícia Civil. Ele é investigado por agressão e racismo contra o porteiro de um prédio em Copacabana, na Zona Sul do Rio.

Gilles prestou depoimento sobre o caso na 12ª DP (Copacabana), após ter faltado na primeira data marcada.

Na saída, ele empurrou repórteres e cinegrafistas e tentou esconder o rosto quando entrou no carro. Irritado, o médico chegou a dar socos no vidro do veículo na direção aos repórteres.

Na última quarta (6), a juíza Maria Izabel Pena Pieranti, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, decidiu que o médico está proibido de deixar o país.

Segundo a suposta vítima e ao menos uma testemunha, as ofensas do francês foram contra o porteiro Reginaldo Silva de Lima e aconteceram em um prédio em Copacabana, na segunda-feira (4).

Além de deixar o país, ele está proibido de aproximar-se do porteiro e de molestá-lo sob qualquer pretexto.

Para deixar o país, Gilles precisa de autorização judicial e sua saída deve estar comunicada às autoridades de fiscalização das fronteiras por via aérea, marítima e terrestre.

Uma testemunha disse em depoimento que todo ano Gilles fica seis meses na França e os outros seis meses no Brasil e que ele estaria com viagem marcada para seu país de origem ainda este mês, podendo inclusive antecipar a viagem.

O passaporte do francês ficará sob a guarda da delegada Natacha Alves de Oliveira, da 12ª DP (Copacabana), responsável pela investigação.

O advogado de Gilles, Marcio Barros, disse que o cliente nega ter ofendido o porteiro e que o médico esclarecerá tudo, colaborando com a investigação.

Porteiro se afasta do trabalho
O porteiro que denunciou o médico por racismo pediu afastamento do trabalho nesta quarta (6) por falta de condições emocionais. Ele afirma que não consegue dormir nem comer.

Reginaldo Silva de Lima pediu licença por três dias, porque não está em condições de exercer as atividades na portaria.

O porteiro chamou a polícia e relatou ter sido ameaçado pelo morador Gilles David Teboul. Ele conta que estava atendendo um hóspede quando Gilles, que é francês, passou e chamou a sua atenção porque a porta do elevador de serviço estava aberta.

“Ele voltou e falou: ‘Seu incompetente. Você não está vendo que a porta do elevador está aberta? Você não tem capacidade para fazer essa função. Seu negro!'”, contou Reginaldo.

O porteiro disse ainda que foi agredido e ameaçado de morte pelo morador.

As câmeras do circuito interno de segurança registraram o momento em que Gilles empurra o pescoço de Reginaldo com as duas mãos. Essa não teria sido a única agressão física.

“Ele me chamou de negro, macaco, vagabundo. Falou que pela minha cor eu não tinha capacidade de exercer a função de porteiro”, disse Reginaldo.

O porteiro afirmou que as ofensas continuaram na frente dos policiais.

Reginaldo afirma que sempre que lembra o que aconteceu se sente mal e tem uma tristeza profunda. Ele afirmou que o sindicato que representa a categoria está ajudando-o com assessoria jurídica e atendimento médico.

Fonte: g1

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