Brasil

Estupro em hospital: polícia faz perícia em gaze, celular e ampolas

Agentes da Polícia Civil entregaram na tarde desta quarta-feira (13) material que pode contar esperma do anestesista Giovanni Quintella

Equipe que trabalhava com médico preso por estupro desconfiou do crime por excesso de sedativos, diz polícia

Rio de Janeiro – A Polícia Civil entregou, na tarde desta quarta-feira (13), os materiais apreendidos após a última cirurgia do médico anestesista Giovanni Quintella Bezerra ao Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE).

De acordo com a delegada Barbara Lomba, titular da Deam de São João de Meriti, serão periciados o celular que possui a filmagem original do crime, as gazes usadas pelo médico para limpar o rosto da vítima, que pode conter esperma e material biológico, e os frascos de medicamentos usados para a sedação.

Giovanni foi preso em flagrante na madrugada de segunda-feira (11), após estuprar uma paciente que estava em um parto cesárea. Ele é suspeito de, pelo menos, outros cinco casos.

O médico teve a prisão convertida em preventiva na tarde de terça-feira (12) e foi encaminhado para Bangu 8, no Complexo de Gericinó. ALá, ele foi recebido com vaias e xingamentos pelos outros presidiários.

“Ele acreditava plenamente na posição e no poder dele, na impunidade”, afirmou a delegada Barbara Lomba ao Metrópoles.

Segundo a investigadora, Giovanni tentava coibir os técnicos de enfermagem. “Em um dos relatos que tivemos, uma enfermeira disse que começou a se aproximar dele antes do início do procedimento e começou a observar. Ela relata que ele ficou incomodado e, inclusive, começou a olhar de forma intimidadora para ela, começou a tratá-la rispidamente, dando a entender que ela não deveria estar na sala”, disse Barbara Lomba.

A Polícia Civil já constatou traços de anormalidade na sedação em todos os casos relatados até agora, o que pode levar ao médico responder por violência obstétrica.

“Em todos os casos a sedação pareceu desnecessária, feita no final do procedimento. Há relatos de questionamentos a ele, mas sem explicação, já que a vítima não estava agitada e nem teve nenhuma intercorrência durante a cirurgia. Tudo indica que a sedação era feita para a prática de estupro” afirmou a delegada.