Polícia

Vítimas de golpe que prometia cargos na Sesau devem depor ainda esta semana, diz PC

Famílias chegaram a pagar até R$48 mil com a promessa de vagas de emprego em hospitais da Rede Estadual. Caso foi transferido para a Delegacia de Crimes Cibernéticos, da Divisão Especial de Investigação e Capturas (Deic), nesta terça-feira, 19.

A denúncia de um grupo de cerca de 30 pessoas, que teria sido lesado pela promessa de emprego nos hospitais da Rede Estadual, foi registrada no início desta semana no 2º Distrito Policial, na Pajuçara. Nesta terça-feira, 19, o caso foi transferido para a Delegacia de Crimes Cibernéticos, da Divisão Especial de Investigação e Capturas (Deic), e as testemunhas devem começar a ser ouvidas ainda esta semana.

As vítimas acusam uma mulher, de iniciais A.R.B. de se apresentar como funcionária do setor de Recursos Humanos do da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) e pedir entre R$1500 e R$3000 para garantir vagas aos interessados, alegando que os valores seriam revertidos para custear exames de admissão, consultas com psicólogos e palestras para os futuros contratados.

Segundo os denunciantes, a mulher fez ao menos 700 vítimas e faturou cerca de 1,5 milhão. Algumas famílias chegaram a pagar quase R$ 50 mil ao esquema, acreditando que seriam empregados.

De acordo com o delegado responsável pela seção, Sidney Tenório, o caso será investigado como estelionato e começa a ser apurado hoje. “Vamos intimar as vítimas para prestarem depoimento nesta semana ainda. Elas serão ouvidas para saber detalhadamente como funcionava este esquema de oferecimento de cargos públicos. São muitas vítimas, então esta etapa deve se estender por alguns dias. Vamos analisar a documentação que elas apresentarem e posteriormente, devemos ouvir a acusada e outras pessoas citadas como participantes no esquema”, explicou Tenório.

Ainda segundo o delegado outras condutas delituosas serão investigadas, como falsificação de documento público, falsidade ideológica, usurpação da função pública, possível organização criminosa. Além disso, a Polícia Civil irá investigar se houve a intenção, por parte dos denunciantes, de obter facilitação na contratação. “Vamos investigar também se houve algum tipo de conduta delituosa das vítimas por causa desse pagamento, se havia a intenção de obter vantagem indevida na seleção para cargos públicos, o que também é crime”, pontuou.

Conforme a denúncia, a mulher recebia os interessados nas supostas vagas em uma sala de um prédio comercial localizado na Mangabeiras. Lá, ela apresentava até documentos carimbados com a logo da Sesau e a ficha cadastral tinha até a logo marca dos hospitais da Rede Estadual.

Para ganhar credibilidade, ela utilizava também o nome do ex-secretário de estado da Saúde, Alexandre Ayres. Ayres chegou até mesmo a fazer uma publicação em suas redes sociais, na semana passada, alertando para o uso mal intencionado de seu nome.

A acusada era conhecida em Mar Vermelho, pois era fundadora de um Instituto que oferece atendimento em diversas especialidades da saúde e chegou até a concorrer como vereadora nas eleições de 2020.

Na semana passada, a mulher desativou o WhatsApp dela e o Instagram do Instituto que ela fundou. O Instagram pessoal dela agora está privado e o número de celular não recebe ligações. O Alagoas 24horas tentou contato com a acusada, mas não obteve retorno. O espaço segue aberto para manifestação.

A Sesau informou que está acompanhando o caso e colaborando com as investigações. Confira a nota na íntegra:

A Secretaria de Estado da Saúde informa que é do nosso conhecimento que o assunto está entregue à Autoridade Policial e, por isso, estamos colaborando desde o primeiro momento para as investigações.

A Assessoria de Comunicação de Alexandre Ayres também se manifestou e afirmou que também abriu Boletim de Ocorrência para alertar sobre o uso indevido de seu nome. Confira:

Alexandre Ayres repudia qualquer ato praticado por pessoas inescrupulosas que tenham usado seu nome e da Sesau para fornecer e obter benefícios ilícitos. Tanto que alertou, anteriormente, através da rede social e registrando um Boletim de Ocorrência, contra o uso indevido do seu nome. A polícia e a justiça já foram acionadas para encontrar e punir tanto quem prometeu como para aqueles que pagaram para obter vantagens ilicitamente.