São Paulo – O Ministério Público (MP) denunciou nessa segunda-feira (25/7) Sebastião Francisco Abreu Neto, dono da Escola Real Life, por nove homicídios culposos de bombeiros civis que foram soterrados em desmoronamento na gruta Duas Bocas, em Altinópolis, no interior de São Paulo.
O desabamento do teto e da parede da caverna aconteceu em 31/10/21 durante um treinamento da escola no local. A Promotoria de Justiça de Altinópolis apontou que o curso de busca e salvamento era irregular.
“A negligência do denunciado consistiu em autorizar a realização do curso sem observar as normas técnicas cabíveis e as medidas de precaução necessárias para garantir a segurança de todos os participantes”, disse a Promotoria na denúncia.
Negligência
De acordo com a denúncia de Ivan Cintra Borges, membro do Ministério Público de São Paulo, a empresa de Abreu Neto não forneceu capacetes a todos os inscritos, que precisavam fazer rodízio para usar os equipamentos.
O MP apontou ainda que instruções e treinamentos no interior da gruta Duas Bocas eram contraindicados. Isso porque a caverna tem formação de arenito, estrutura geológica frágil e instável que pode desmoronar.
Desmoronamento
O desmoronamento aconteceu durante uma chuva na madrugada do dia do acidente na gruta Duas Bocas, próxima à Gruta de Itambé, ponto turístico na região rural de Altinópolis.
Um grupo de bombeiros civis de cerca de 26 pessoas participava de um treinamento da Escola Real Life no local. Nove pessoas com idade entre 18 e 53 anos morreram soterradas.
Chuva
A reportagem do Metrópoles procurou a Escola Real Life para comentar a denúncia do Ministério Público, mas não obteve resposta até o momento.
Na época do acidente, a empresa alegou que uma análise de risco na gruta havia sido feita dias antes. Segundo a Real Life, quando os bombeiros e instrutores chegaram ao local não estava chovendo, e foi feita uma nova análise das condições para entrar na gruta.